quinta-feira , 11 setembro 2025
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Voto de Fux foi além do que colegas imaginavam e Cármen Lúcia deve formar maioria pela condenação de Bolsonaro


Depois do longo voto do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que levou quase 13 horas, a ministra Cármen Lúcia, que também integra a Primeira Turma do STF, deve formar nesta quinta-feira (11) maioria pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no julgamento da chamada trama golpista e fazer um voto de contraponto ao do colega.
Durante todo o voto de Fux, a ministra fazia anotações e, em alguns momentos, conversava com o relator Alexandre de Moraes, sentado a seu lado.
A avaliação de ministros é que nesta quinta, com os votos de Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, o placar final seja de 4 a 1 pela condenação de Bolsonaro e de Braga Netto.
Defesas de réus comentam voto do ministro Luiz Fux
Surpresa perante colegas
O voto de Fux absolvendo seis dos oito réus dos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe surpreendeu os colegas da Primeira Turma.
A avaliação era que ele divergiria no tamanho das penas e na absorção dos dois crimes contra a democracia.
“O voto do Fux foi muito além do que imaginávamos. O estranho é que ele condena o ajudante de ordens, mas não quem dava as ordens, o ex-presidente Bolsonaro”, disse um dos ministros da Primeira Turma.
Outro ministro avaliou que, pelo voto de Fux, o golpe seria dado pelos militares, já que os dois únicos condenados por ele foram Mauro Cid e o general Braga Netto.
Esse ministro lembra as reuniões de Bolsonaro com os comandantes militares para discutir a minuta do golpe, na qual nem Cid nem Braga Netto estavam presentes.
O longo voto de Fux levou os ministros ao cansaço. Em dado momento, os integrantes da mesa davam cochiladas, vencidos pelo cansaço do voto que começou às 9h20 e só terminou por volta das 22h.
Fux impediu apartes em seu voto exatamente para evitar que fosse contestado pelos outros ministros da Primeira Turma.
Nesta quinta, isso não deve acontecer no voto de Cármen Lúcia, quando ministros devem aproveitar para rebater o voto de Fux.
Fux durante julgamento de Bolsonaro na Primeira Turma do STF
REUTERS/Adriano Machado

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