O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a Enel “presta um serviço ruim” e que pretende “varrer” a concessionária de São Paulo. A fala aconteceu nessa terça-feira (23/9) durante reunião com prefeitos de 55 cidades paulistas que sofreram os impactos das fortes chuvas registradas no início da semana.
No encontro, o governador também criticou a possível prorrogação antecipada do contrato da Enel para fornecimento de energia na região metropolitana e elogiou empresas que atuam em outras regiões do estado, como a CPFL Energia.
“Quem deixa a gente na mão sempre é a Enel. Então na área da CPFL, a gente já teve o estabelecimento bastante rápido, de quase 700 mil consumidores, agora a Enel é sempre a concessionária que dá a pior resposta. É impressionante que se debata ainda ou que alguém cogite na prorrogação antecipada do contrato da Enel, o que está acontecendo hoje no Ministério de Minas e Energia. Isso não tem o menor cabimento, a gente tem alertado isso com frequência, é uma concessionária que, de fato, presta um serviço ruim que não pode mais estar aqui no estado de São Paulo. Nós vamos lutar com todas as forças até o fim para varrer essa concessionária do nosso estado”, disse Tarcísio.
No mês passado, o governador já havia dito que o atual contrato com a Enel é “extremamente ruim”. A concessão vale até 2028 e a concessionária atua pela renovação antecipada, medida estabelecida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em fevereiro deste ano.
Em agosto, a Prefeitura de São Paulo ingressou com uma Ação Civil Pública na Justiça Federal para impedir a renovação automática da concessão do serviço de energia elétrica à Enel. Na ocasião, a procuradora-geral do município, Luciana Sant’Ana Nardi, afirmou que “a população não pode continuar à mercê da omissão e da ineficiência de uma concessionária que ignora nossas particularidades ambientais e urbanas”.
Série de críticas de Tarcísio à Enel.
- Em agosto deste ano, o governador de São Paulo disse que o contrato era “extremamente ruim” e, se coubesse a ele a decisão, não prorrogaria o contrato.
- Ele afirmou também, em outubro do ano passado, que a capital paulista continuaria a sofrer com apagões ao menos até o fim da concessão da Enel caso não houvesse uma intervenção na empresa.
- O governador se junta ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que critica a concessionária com frequência e explorou o tema durante a campanha eleitoral que levou o emedebista à reeleição em 2024.
- Em agosto, a Prefeitura de São Paulo entrou com uma ação na Justiça para impedir a renovação antecipada do contrato com a Enel pelo governo federal e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
- O contrato atual de fornecimento de energia vence em 2028.
Ainda na terça-feira, a Coordenadoria de Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon) deu 72 horas para a empresa explicar a falta de medidas efetivas para reduzir os danos provocados pelo temporal, que deixou quase 600 mil imóveis sem luz no momento mais crítico.
Em seu posicionamento mais recente, a Enel afirmou que restabeleceu o fornecimento para 95% dos clientes que tiveram o serviço afetado. “Desde as fortes chuvas e ventanias que chegaram a quase 100 km/h ontem, a empresa mobilizou mais de 1.300 equipes em campo ao longo do dia de ontem e de hoje”.
“A companhia reforça que cumpre com os indicadores previstos no contrato de concessão na Região Metropolitana de São Paulo e tem realizado uma série de melhorias para aprimorar de forma contínua o serviço prestado. A Enel reitera o seu compromisso com os 8 milhões de clientes”, completou, em nota.
