sábado , 6 setembro 2025
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Se Bolsonaro não pode nem Eduardo, para Trump que venha Tarcísio

No dia em que Donald Trump, aspirante ao Prêmio Nobel da Paz, assinou um decreto trocando o nome do Departamento de Defesa dos Estados Unidos por Departamento da Guerra, ele voltou a atacar o governo de Lula, e, por tabela, o Brasil.

Perguntado na Casa Branca sobre possíveis restrições de vistos a delegações estrangeiras durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, marcada para o final deste mês, Trump respondeu:

“Estamos muito chateados com o Brasil. Nós os tarifamos muito alto por causa do fato de que eles estão fazendo algo muito infeliz. Eu amo o povo do Brasil. Temos um ótimo relacionamento com o povo do Brasil, mas o governo do Brasil mudou radicalmente. Foi muito para a esquerda, foi radicalmente para a esquerda, e isso está prejudicando muito o Brasil. Eles estão indo muito mal”.

(Desidratando a fala de Trump: o tarifaço foi “muito alto” porque o governo do Brasil é radicalmente de esquerda.  Ora, levando-se em conta o que Bolsonaro fez, até que o Brasil melhorou. Trump não tem direito de se meter aqui. Vá cuidar do seu país em declínio.)

Está claro por que ele aplicou ao Brasil e à Índia a tarifa de 50% sobre a exportação dos seus produtos para os Estados Unidos? No caso da Índia, onde o governo é de direita, Trump lamentou tê-la perdido para a esfera de influência econômica da China.

No caso do Brasil, cujo maior parceiro comercial é a China, a questão é mais política. O governo Lula é de esquerda, e aos olhos de Trump, de esquerda radical. Trump quer contar no Brasil com um governo ideologicamente alinhado com o dele. OK? Very well.

Daí o tarifaço para impedir que Lula governe e se reeleja. Daí a vinculação do tarifaço à suspensão imediata do julgamento de Bolsonaro e dos demais golpistas. Daí as sanções aplicadas por Trump a sete dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

Não é sobre Bolsonaro, é sobre um governo de direita no Brasil que Trump espera ver eleito em 2026. Para ele, Bolsonaro é um “perdeu, mané”, sinto muito, mas vamos em frente. O ideal seria Eduardo Bolsonaro. Se não der, pode ser Tarcísio de Freitas.

Tarcísio é Bolsonaro repaginado, Trump sabe. À mesa de banquetes ou de negócios, ao contrário de Bolsonaro, os talheres não atrapalham Tarcísio, nem as propostas que ouça. Tarcísio dispensa um Paulo Guedes que lhe ensine o beabá.

Só não pode ser Lula outra vez ou alguém apoiado por ele. Estamos entendidos?

Entendidos estamos, thanks. Combinados, não.

 

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