O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) afirmou, nesta quinta-feira (18/9), que pretende votar o Projeto de Lei 2.162/2023, da anistia do 8 de Janeiro, até a próxima semana. O parlamentar foi escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para ser o relator da proposta.
Os dois se reuniram nesta amanhã na Residência Oficial da Casa.
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“Eu vou conversar com governadores neste final de semana e, a partir de segunda, [vou fazer] reunião com bancadas para que a gente possa apresentar o texto e ir acertando os detalhes desse texto, para que a gente possa votar o mais rapidamente possível. Estamos trabalhando com a ideia de votar até a semana que vem, se for possível. Se não for, votar na outra semana”, declarou Paulinho a jornalistas.
A Câmara dos Deputados aprovou nessa quarta-feira (17/9) a urgência do PL da Anistia. A proposta perdoa participantes de manifestações desde 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições, mas exclui, até o momento, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete condenados pela tentativa de golpe.
Paulinho da Força disse ainda que não há possibilidade de recuo e de o projeto não ser votado. “Talvez não agrade nem a extrema-direita, nem a extrema-esquerda, mas que agrade a maioria da Câmara”, afirmou.
Perfil moderado
O parlamentar tem perfil considerado “moderado” e o parlamentar é bem-quisto pelo Centrão. “Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário”, disse Motta em publicação no X.
Ele é um dos 311 deputados que votaram para aprovar a urgência do texto e permitir que o mérito seja votado diretamente no plenário, sem precisar passar por comissões temáticas.
Paulinho da Força também é conhecido no Congresso por ter bom trânsito junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente em seu quarto mandato como deputado, Paulinho apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Em 2025, porém, o cacique do Solidariedade rompeu com o petista e passou a desferir críticas públicas ao governo.
Como mostrou o Metrópoles, na coluna do Igor Gadelha, Motta vem articulando há alguns dias para barrar uma anistia ampla e, como alternativa, aprovar um projeto prevendo apenas a redução de penas.