O ministro Celso Sabino, do Turismo, avisou o presidente Lula nesta sexta-feira (19) que vai pedir demissão do governo.
Mais cedo, Sabino conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada.
Sabino é filiado ao União Brasil e foi eleito deputado federal pelo Pará. Ele retornará à Câmara dos Deputados após dois anos à frente do Ministério do Turismo.
O União Brasil decidiu acelerar o desembarque do governo. O partido aprovou na quinta-feira (18) uma resolução que exige que filiados ao partido deixem, em até 24 horas, cargos ocupados no governo Lula.
Na reunião, o ministro explicou a Lula a decisão do partido e disse que tinha agendas importantes no ministério nos próximos dias que gostaria de participar. Com isso, Sabino informou a Lula que no retorno do presidente de Nova York ele entregará uma carta de demissão. A previsão é que Lula retorne ao Brasil na quinta-feira (25).
Lula embarca no domingo para Nova York para participar da Assembleia Geral da ONU.
Sabino manteve conversas nas últimas semanas com dirigentes e aliados para tentar uma solução e evitar a saída da pasta.
O ministro gostaria de seguir no cargo ao menos até a realização da COP30, que será realizada em novembro em Belém.
Celso Sabino, ministro do Turismo
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Desembarque do governo
Segundo o texto da norma, chancelada pela cúpula nacional da sigla, os membros que não abandonarem os cargos poderão ser punidos disciplinarmente. Entre as punições previstas no estatuto do partido, está a expulsão.
A exigência para que os filiados deixem a gestão Lula foi aprovada após a veiculação de reportagens que apontam uma suposta conexão entre o presidente nacional do partido, Antonio de Rueda, e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Rueda nega.
Em nota à imprensa (veja íntegra aqui), o partido indica enxergar influência do governo federal na divulgação das informações. A sigla afirma que há uma “percepção de uso político da estrutura estatal” para desgastar Rueda.
O União Brasil também indicou os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Comunicações, Frederico Siqueira. Os dois, no entanto, não serão afetados pela decisão.
Embora as pastas sejam atribuídas ao partido, os ministros não são filiados ao partido e estão na cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).