quinta-feira , 25 setembro 2025
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Política

Presidente do BC diz que é legítimo Haddad criticar política de juros: 'Acho um luxo a delicadeza'


Presidente do BC, Gabriel Galípolo, e diretor de Política Monetária, Diogo Guillen
Banco Central
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (25) que é legítimo que agentes do mercado financeiro, economistas e autoridades se manifestem sobre a política de juros da instituição.
Acrescentou que, no caso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, as opiniões, mesmo que críticas, foram expressadas de forma gentil, educada e delicada.
Ele lembrou que há economistas que entendem que deveria ser necessário manter os juros elevados por um período maior de tempo, ou até mesmo subir mais a taxa Selic. Atualmente, em 15% ao ano, o juro básico é o maior em quase 20 anos.
“Acho que é absolutamente normal. A ideia de autonomia, de maneira alguma, remete a que todo mundo vai concordar com o que está sendo feito pelo Banco Central, muito pelo contrário. É absolutamente legítimo que, tanto agentes quanto economistas, expressem sua opinião sobre o que está sendo feito com a política monetária [de juros]”, afirmou Galípolo.
Copom mantém a taxa básica de juros em 15% ao ano
E acrescentou:
“No caso específico das falas do meu amigo ministro Fernando Haddad, e vou estender ao querido Ceron, secretário do Tesouro, eu pessoalmente acho um luxo você ter o ministro da Fazenda e secretário do Tesouro fazendo comentários sobre política monetária com a delicadeza, gentileza e com a educação que eles fizeram”, disse o presidente do BC.
Galípolo disse ainda que o BC considera das opiniões do ministro, e que tenta colher o máximo de dados possíveis, mas acrescentou que o “processo decisório é do Comitê de Política Monetária, com a autonomia que todos diretores tem para tomar sua decisão”.
Nesta semana, o ministro Fernando Haddad, afirmou que há espaço para o juro básico da economia, fixado pelo Banco Central (BC) para conter a inflação, recuar. Segundo ele, a taxa “nem deveria estar no atual patamar de 15%” ao ano.
“Eu entendo que tem espaço para esse juro cair. Acredito que nem deveria estar em 15% [ao ano]. Ele [presidente do BC, Gabriel Galípolo] tem os quatro anos de mandato dele, e ele vai entregar um resultado consistente ao Brasil […]. Eu não voto no Copom [colegiado do BC que define os juros]. Essa opinião, boa parte do mercado compartilha”, disse Haddad, na ocasião.
➡️O Banco Central tem dito reiteradamente que a desaceleração da economia, ou seja, um ritmo menor de crescimento, é necessária para conter as pressões e trazer a inflação de volta para as metas. O governo, entretanto, teme o impacto dessa desaceleração no emprego e na renda da população.
➡️Nesta terça (23), o BC avaliou que a queda recente do dólar e a desaceleração do ritmo de crescimento da economia contribuem para o controle da inflação, mas segue sinalizando juro alto por período “bastante prolongado” de tempo. O mercado projeta queda da Selic somente em 2026.
Foto, Gabriel Galipolo. Nesta terça (9) o Secretário Gabriel Galípolo indicado Diretor Bacen, fala com a imprensa sobre a indicação para diretoria de política monetária do Banco Central
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

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