domingo , 2 novembro 2025
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Presa na Itália, Zambelli reclama de problemas de saúde em depoimento na Câmara sobre perda de mandato


Deputada Carla Zambelli em depoimento na CCJ da Câmara dos Deputados
Renato Araújo/Câmara dos Deputados
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) se emocionou durante depoimento à Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24) em processo que pede sua cassação.
Zambelli mostrou uma foto com o filho e criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por bloquear suas redes.
“Tirou as redes sociais do meu filho, tirou as redes sociais da minha mãe”, disse Zambelli emocionada.
A parlamentar participa por videoconferência da reunião, como em sua primeira participação no caso.
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Zambelli disse que já teve oito desmaios na prisão na Itália e disse que está sofrendo de uma crise de fibromialgia.
“Eu pareço uma velha, ando devagar, tenho muita dor de cabeça. E isso aumenta por causa da decepção toda, da decepção”, disse.
O processo em curso foi instaurado em junho na comissão para analisar o pedido de perda de mandato de Zambelli após a deputada ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
🔎 Um deputado perde o mandato quando tem uma decisão transitada em julgado, quando não são possíveis mais recursos. A análise da perda de mandato começa pela CCJ.
Além da parlamentar, ainda foram ouvidas cinco testemunhas antes que o relator apresente o parecer (entenda mais abaixo).
Pedido ao STF
Durante a sessão, o presidente da CCJ, deputado Paulo Azi (União-BA) disse que, a pedido do relator deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), foi solicitado ao Supremo que fossem enviados todos os autos do processo relativos à condenação de Carla Zambelli.
Ainda segundo Azi, o STF não tem prazo para enviar as respostas, e o relator aguardará o retorno para que se encerrem as diligências. Só então será iniciado o prazo para apresentação do relatório.
Azi informou que o ministro relator do caso no Supremo, Alexandre de Moraes, encaminhou os autos para a CCJ, mas algumas peças deveriam continuar em sigilo. A comissão solicitou, então, a suspensão do sigilo.
“[O relator pediu] que fossem suspensos esses sigilos, até em função da necessidade que tem o relator de se utilizar de peças do inquérito e do processo para proferir o seu parecer. Essa presidência já fez essa solicitação ao ministro sua excelência Alexandre de Moraes”, disse Azi.
A CCJ também solicitou o envio de “um relatório de análise da polícia judiciária que não foi localizada nessa remessa feita pelo Supremo Tribunal Federal”.
Zambelli condenada
Carla Zambelli foi condenada à prisão, pelo STF, por uma invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antes de a condenação do Supremo se tornar definitiva, Carla Zambelli fugiu para a Itália, o que levou a parlamentar a ser incluída na difusão vermelha da Interpol.
Em julho, a deputada foi presa nos arredores de Roma. Alvo de um processo de extradição, Carla Zambelli aguarda decisão do caso detida na penitenciária feminina de Rebibbia.
Próximos passos
Após os depoimentos, o parecer do relator Diego Garcia (Republicanos-PR) deverá ser apresentado em até cinco sessões. Seja qual for a posição da CCJ, o parecer aprovado pela comissão é levado ao plenário da Casa.
Em plenário, para que o mandato seja cassado de fato, é a maioria absoluta de votos – ou seja, pelo menos 257 votos a favor da perda.
Até o momento, a comissão ouviu o especialista em coleta de dados Michel Spiero, o hacker Walter Delgatti Neto e o ex-assessor do TSE, Eduardo Tagliaferro. Ainda falta ouvir as seguintes testemunhas:
Carla Zambelli (deputada licenciada e presa)
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (general, ex-ministro da Defesa)
Flávio Vieitez Reis (delegado da Polícia Federal)
Felipe Monteiro de Andrade (agente da Polícia Federal)
Oswaldo Eustáquio (blogueiro)
Zambelli e Delgatti na CCJ
Detida em uma penitenciária na Itália, a deputada licenciada participou remotamente de reunião no processo de perda de mandato e trocou acusações com o hacker Walter Delgatti no início de setembro.
👉🏽 Os dois participaram da audiência de forma remota. Delgatti falou diretamente de uma sala no presídio de Tremembé, onde cumpre pena. A deputada, por sua vez, obteve autorização da Justiça da Itália para participar remotamente da reunião.
Walter Delgatti foi convocado para depor de novo à PF nesta sexta
Ueslei Marcelino/Reuters
Walter Delgatti afirmou que a invasão aos sistemas do CNJ ocorreram a pedido da deputada e que ele teria se hospedado na casa da parlamentar, em Brasília. Segundo ele, Carla Zambelli “exerceu o comando direto sobre os crimes”.
A deputada rebateu afirmando que todo o processo que a levou a ser condenada se baseia em “disse-me-disse”. Carla Zambelli afirmou que Delgatti é um “mitomaníaco” e chegou a questionar a sanidade mental do hacker, fazendo menção ao uso de medicamentos para tratar um Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

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