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Postagens, vídeos, transferência de dinheiro: saiba quais provas basearam medidas contra Bolsonaro


Eduardo e Jair Bolsonaro em cerimônia de aniversário da Rota, em SP
TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cita uma série de provas reunidas pelos investigadores.
Entre elas, postagens nas redes sociais do ex-presidente e do filho dele, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vídeos e entrevistas dos dois, além de informações sobre a ajuda financeira de Bolsonaro ao filho no exterior.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (18) que recebeu com surpresa e indignação a decisão do STF que impôs medidas cautelares ao ex-presidente.
Os advogados alegam que as medidas foram baseadas em atos de terceiros e negam que Bolsonaro tenha feito declarações contra a soberania nacional. Também criticam a ausência de indícios de fuga e consideram injustificável a proibição de contato familiar com Eduardo Bolsonaro.
Licenciado do mandato, Eduardo está atualmente nos Estados Unidos.
Bolsonaro : Nunca pensei em sair do Brasil
Segundo Moraes, os elementos consolidados apontam a existência de crime por parte de pai e filho.
“As ações de Jair Messias Bolsonaro demonstram que o réu está atuando dolosa [com intenção] e conscientemente de forma ilícita, conjuntamente com o seu filho, Eduardo Nantes Bolsonaro com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro”, afirmou o ministro.
De acordo com Moraes, as ações teriam ocorrido “por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas com patente obstrução à Justiça e clara finalidade de coagir essa Corte no julgamento da AP 2.668/DF”, prossegue.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) considerou a “concreta possibilidade de fuga” de Bolsonaro e solicitou ao STF a adoção urgente de medidas cautelares para garantir o andamento da ação penal.
Moraes atendeu ao pedido da PGR. Bolsonaro colocou uma tornozeleira eletrônica e não poderá se aproximar de embaixadas. Também está proibido de sair de casa das 19h às 6h e de usar redes sociais.
Bolsonaro negou plano de fuga, disse que a investigação é política e afirmou que é as medidas preventivas contra ele são uma “suprema humilhação”.
O g1 reuniu os elementos citados pelas investigações contra Jair e Eduardo Bolsonaro. Veja abaixo:
Ações de Jair Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes afirmou que há elementos na apuração que comprovam a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro nas ações ilícitas.
A decisão cita:
publicação em redes sociais que, segundo a PGR, apontariam que ele teve interferência no aumento tarifário do governo norte-americano.
republicações de declarações do presidente Donald Trump contra o Brasil.
divulgação de vídeos do presidente americano com declarações contra o Brasil.
PF encontra pendrive escondido no banheiro da casa de Bolsonaro
Ações de Eduardo Bolsonaro
De acordo com a Polícia Federal, as ações de Eduardo se intensificaram ao longo das últimas semanas, à medida que avançou a tramitação do processo penal no Supremo Tribunal Federal contra o pai.
Com isso, o deputado licenciado passou a “repostar em seu perfil nas redes sociais conteúdos em inglês, notadamente com intuito de alcançar parcela do público no exterior, bem como interferir e embaraçar o regular andamento” do processo.
A decisão menciona:
postagens de Eduardo Bolsonaro no X de fevereiro a julho, por escrito ou com vídeos.
entrevistas à imprensa sobre as possibilidades de sanção ao Brasil e sua articulação nos EUA;
comentário na publicação do presidente americano Donald Trump em que fala da possibilidade de reação americana;
após o tarifaço, divulgação de uma carta com Paulo Figueiredo, “réu e foragido da Justiça brasileira”, segundo Moraes.
Ajuda financeira
Há, ainda, a ajuda financeira dada pelo político do PL ao filho. Em depoimento no inquérito contra Eduardo Bolsonaro, o ex-presidente confirmou que repassou R$ 2 milhões via PIX ao filho.
Em julho, Bolsonaro afirmou, em interrogatório, que ajudou Eduardo Bolsonaro com dinheiro.

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