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Polícia chinesa descobre quadrilha que falsificava a pelúcia Labubu

Eles parecem coelhos zangados, não são nem um pouco bonitos, mas estão na moda. Esgotados em lojas do mundo todo depois de aparecerem enfeitando as bolsas de celebridades como Rihanna e Dua Lipa, os bichos de pelúcia Labubu são um fenômeno pop da China, mas também são alvo do implacável mercado de produtos falsificados. Em Xangai, a polícia acaba de desmantelar uma grande rede de produção ilegal de réplicas.

Oito pessoas foram presas, acusadas de fabricar e vender Labubus falsos. A polícia apreendeu cinco mil brinquedos falsificados, avaliados em cerca de US$ 1,7 milhão.

O caso começou com a denúncia de um cliente que recebeu um boneco falso comprado online. A Pop Mart, empresa que fabrica os bichos e tem sede em Pequim, alertou a polícia. A investigação descobriu uma loja online que oferecia eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos, mas que, na verdade, contrabandeava réplicas dos Labubus, criaturas meio coelho, meio monstro, que se tornaram um fenômeno internacional nos últimos meses.

Os brinquedos falsificados tinham até adesivos anti-falsificação, projetados para enganar até mesmo os mais entendidos no assunto, já que os Labubus oficiais, que custam cerca de US$ 40, são produzidos em edições limitadas. Um modelo raro pode ser revendido por centenas ou até milhares de dólares no mercado de segunda mão.

O fenômeno se estende para além da China: em Singapura, uma família foi filmada roubando um Labubu de uma máquina de pegar pelúcias e, na Califórnia, ladrões atacaram uma loja e roubaram vários bonecos.

Criação asiática com inspiração nórdica

Criado em 2015 pelo artista Kasing Lung, nascido em Hong Kong e radicado na Bélgica, o personagem Labubu surgiu na série infantil The Monsters, fortemente influenciada por contos de fadas e mitologia nórdica. Inspirado pelas criaturas ambíguas e mágicas do folclore escandinavo — como trolls, elfos e espíritos da floresta — Lung construiu um universo onde o fantástico e o bizarro convivem em harmonia, refletindo também sua própria vivência entre culturas orientais e europeias.

Embora inicialmente voltado ao público infantil, o universo dos Labubus rapidamente conquistou adultos, colecionadores e fãs de design. Em 2016, a empresa chinesa Pop Mart transformou os personagens em miniaturas vendidas em caixas-surpresa, impulsionando sua popularidade global. Hoje, o Labubu é mais do que um brinquedo: o objeto tornou-se, em poucos meses, um ícone da cultura pop contemporânea e um exemplo dos desafios crescentes em torno da proteção da propriedade intelectual em um mercado globalizado e sedento por itens colecionáveis.

Leia mais reportagens como essa no RFI, parceiro do Metrópoles.

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