quarta-feira , 30 julho 2025
Lar Economia O que é Phishing e como se proteger desse golpe?
Economia

O que é Phishing e como se proteger desse golpe?

O golpe de phishing é um dos mais antigos e persistentes, e continua fazendo vítimas todos os dias apesar dos avanços na segurança na internet. Esse tipo de fraude digital tem como principal objetivo enganar o usuário para obter informações sensíveis e realizar ações como roubo de dados bancários, CPF, senhas e até redes sociais.

De acordo com o delegado Emmanoel David, titular da Delegacia de Estelionatos de Curitiba e especialista em Direito Penal, Processo Penal e Criminologia, o phishing é uma fraude digital extremamente eficaz porque se aproveita da confiança e da urgência. “É um golpe em que o criminoso se passa por uma pessoa ou empresa conhecida da vítima. Pode ser um banco, um órgão público, uma loja. A mensagem chega por e-mail, SMS, WhatsApp, redes sociais, com aparência legítima. Mas tudo é falso. Os links falsos levam para um site clonado, feito para roubar seus dados.”

O golpe pode ser aplicado de várias formas. Emmanoel explica que os criminosos variam bastante a abordagem, mas todas seguem o mesmo princípio: “Eles mandam uma mensagem falsa, por e-mail ou aplicativo de conversa, dizendo que a conta da vítima vai ser bloqueada, ou que é preciso confirmar uma senha. Isso já é um sinal de alerta. Quando a pessoa clica no link, acaba entregando os próprios dados achando que está falando com uma empresa séria.”

Como se proteger do golpe digital?

Apesar da variedade de formas, há sinais que ajudam a identificar um golpe de phishing. O delegado afirma que a atenção aos detalhes é essencial. “O consumidor tem que desconfiar de mensagens com muitos erros de português. Um banco sério não vai escrever com erro. Também tem que prestar atenção no tom da mensagem. Se estiver muito urgente, ameaçando cancelar a conta, provavelmente é golpe. E nunca, nunca clique em links suspeitos. Prefira sempre digitar o site no navegador, especialmente se for algo relacionado a banco ou governo.”

Ao cair em um golpe como esse, a primeira reação deve ser rápida. Emmanoel orienta que a vítima altere todas as senhas imediatamente e entre em contato com seu banco para bloquear cartões e contas. “A pessoa precisa agir rápido. Trocar todas as senhas, especialmente as que podem estar conectadas a dados financeiros. É importante não usar a mesma senha para tudo. E fazer um boletim de ocorrência, claro. Também pode monitorar o CPF em plataformas como o Serasa Experian e usar as redes sociais para alertar amigos, caso o golpista tenha invadido algum perfil.”

Proteja seus dados bancários e sensíveis. Afinal, os criminosos que cometem phishing utilizam de brechas na segurança digital. (Foto: Franck | Unsplash)

Na visão de Emmanoel, as empresas e instituições financeiras também têm um papel fundamental na luta contra o phishing. “As instituições precisam investir mais em tecnologia antifraude, mas também em conscientização. O golpe de phishing movimenta bilhões e poderia ser evitado em grande parte com educação digital. É preciso alertar as pessoas o tempo todo. Também é fundamental que essas empresas ofereçam canais oficiais e seguros de atendimento. E deixem claro que SMS não é canal confiável para solicitar dados.”

Ele ainda elogia iniciativas que promovem a conscientização pública:

A Gazeta do Povo, por exemplo, ao lançar um curso sobre segurança digital, está fazendo algo que deveria ser mais comum. A gente precisa de mais informação, mais campanhas, mais esclarecimento

Se você desejar se inscrever no Curso “Na Mira dos Golpes”, ministrado pelo Delegado Emmanoel David, é só clicar aqui.

A prevenção, no entanto, ainda é a melhor forma de proteção. O delegado é enfático: “Não clique em link que você não tenha certeza de onde vem. Desconfie sempre de mensagens com tom alarmista. Use autenticação de dois fatores nos aplicativos. Mantenha o antivírus atualizado. E nunca forneça dados pessoais para alguém que você não conhece, mesmo que diga ser de alguma empresa.”

Smishing e Vishing: conheça osoutros tipos de fraudes digitais

Além do phishing, outras modalidades têm ganhado força nos últimos anos, entre elas, o smishing e o vishing. “O smishing é quando o golpe vem por SMS. A mensagem traz um tom urgente, como ‘sua conta será suspensa se não regularizar’. Também tem o vishing, que é quando o criminoso usa ligação de voz, fingindo ser do banco, por exemplo, pedindo que a vítima confirme os dados. O golpe é cada vez mais sofisticado e adaptado ao comportamento das pessoas”, destaca o delegado.

Os criminosos não buscam apenas dinheiro de forma direta. De acordo com Emmanoel, muitas vezes eles estão atrás de informações que possam ser usadas em outros golpes. “Eles querem dados bancários, senhas, informações pessoais que permitem invadir redes sociais, acessar aplicativos de banco, fazer compras com o cartão de crédito da vítima ou aplicar golpes em nome dela.”

Artigos relacionados

Tarifaço alivia inflação, mas cenário fiscal impede corte da Selic

A perspectiva de queda da inflação no segundo semestre por conta do...

Zema anuncia crédito contra tarifaço, seguindo outros estados

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), anunciou uma série de...

benefício a BYD pode custar 50 mil empregos

Investimentos de R$ 60 bilhões previstos pela indústria automobilística e de autopeças...

Haddad chama Bolsonaro de “subserviente” e que Lula pode conversar com Trump

O ministro Fernando Haddad (PT), da Fazenda, chamou o ex-presidente Jair Bolsonaro...