Já soma 612 o número de animais que teriam morrido após aplicação de vacina contra clostridiose EXCELL 10, de propriedade do laboratório Dechra Brasil Produtos Veterinários Ltda. O número praticamente dobrou desde a última atualização do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que investiga o caso, há apenas cinco dias. A causa das mortes, porém, ainda não foi confirmada.
Os óbitos envolvem caprinos, ovinos e bovinos e vêm sendo comunicados por produtores à medida que ocorrem. As primeiras mortes ocorreram no Piauí, após notificação da Agência de Defesa Agropecuária do estado (Adapi) ao governo federal. No entanto, Maranhão, Ceará e Sergipe também tiveram casos potencialmente ligados à vacina.
O Mapa já determinou a apreensão de todos os lotes da EXCELL 10 cautelarmente, bem como a interdição da fabricação da vacina, realização de auditoria na empresa e coleta de amostras para análise no Laboratório Federal.
Em comunicado, a Dechra afirma que tem ciência dos relatos das reações adversas após a vacina. “Estamos investigando a situação junto com o Mapa. Como precaução, suspendemos as vendas e recolhemos os lotes 016/24 e 018/24.”
“A vacinação contra a clostridiose continua sendo considerada uma estratégia eficaz no combate à doença, altamente letal. O consumo de produtos de origem caprina, ovina e bovina, provenientes de animais saudáveis e inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial, é seguro,” afirmou o ministério.
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Novos casos suspeitos devem ser encaminhados via sistema e-Sisbravet. A Dechra também disponibilizou contato para relato de reações pelo 0800 400 7997 ou (43) 99135-1168.
Segundo a Embrapa, as clostridioses são um complexo de enfermidades causadas por bactérias anaeróbias do gênero Clostridium. O mecanismo de ação é basicamente a produção de toxinas e invasão de tecidos, com alta mortalidade. A erradicação, porém, é praticamente impossível, devido às características ecológicas dos agentes que fazem parte da microbiota digestiva dos animais, do solo e pela sua forma de resistência na natureza.