O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (6) que a pasta deve encaminhar para aprovação do Planalto, nas próximas horas, as medidas de proteção a setores afetados pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O dia do anúncio, entretanto, caberá ao Palácio do Planalto definir, acrescentou Haddad. Segundo ele, as ações serão definidas para cada empresa, buscando proteger, principalmente, aquelas de pequeno porte.
Ele antecipou que, entre as medidas, haverá linhas de crédito com juros subsidiados (menores).
As propostas da Fazenda precisam ser ratificadas pelo governo federal antes de entrarem em vigor. Segundo Haddad, a previsão é que elas sejam implementadas por meio de uma Medida Provisória (MP).
“[As medidas de proteção do setores] Saem hoje aqui da Fazenda. Ontem, tivemos uma reunião com o presidente para detalhar o plano. Tem um relatório que vai chegar do MDIC nos relatando empresa por empresa, o presidente pediu, mas o ato em si não depende desse documento porque é um ato mais genérico. Só na regulamentação e aplicação da lei que vamos ter que fazer uma análise mais setorial, CNPJ a CNPJ”, afirmou Haddad.
O objetivo, segundo o ministro, é reabrir as negociações e “normalizar” as relações diplomáticas entre os dois países.
Tarifaço em vigor
Entram em vigor nesta quarta-feira (6) as tarifas de importação de 50% impostas pelo governo norte-americano sobre o Brasil. Com isso, parte dos produtos brasileiros vai pagar a mais alta taxa do mundo para entrar nos EUA.
Ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, afirmam que governo vai revisar despesas
🔎A medida, no entanto, prevê uma longa lista de exceções como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.
De acordo com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA serão afetadas pela tarifa de 50%, anunciada pelo presidente Donald Trump.
Os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos estão calculando os prejuízos e, ao mesmo tempo, já se movimentam para atenuar esse impacto com pedidos ao governo federal.
Alguns deles conseguem redirecionar a produção para outros países, ou mesmo para o mercado interno, mas isso demanda tempo e, até mesmo, redução nos preços cobrados em alguns casos.
Segundo a Casa Branca, o decreto foi adotado em resposta a ações do governo brasileiro que representariam uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”.
O anúncio oficializou o percentual mencionado pelo republicano em carta enviada a Lula neste mês e afirma que a ordem executiva foi motivada por ações que “prejudicam empresas americanas e os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, além de afetar a política externa e a economia do país.