sexta-feira , 5 setembro 2025
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Lula fala em tom forte, Brics aliviam e Trump faz ameaça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou em tom duro em seu discurso, neste domingo (6), na 17ª Cúpula do Brics, que ocorre no Rio de Janeiro até esta segunda (7).
Já o documento oficial do Brics evitou atacar diretamente os Estados Unidos, mas mesmo assim Donald Trump ameaçou os países que se alinharem ao grupo.
O tom mais leve teve influência direta da China, que fechou um acordo com o presidente norte-americano antes do encontro e não foi representado pelo seu presidente, Xi Jinping.
Declaração do Brics é divulgada no primeiro dia de encontro
A avaliação de assessores presidenciais é de que Trump mais uma vez fez suas ameaças rotineiras, mas que estaria mais alertando para o futuro.
O Brics, por exemplo, não registrou oficialmente qualquer ação para retirar o dólar de suas transações comerciais, ficou apenas nos estudos nesta direção.
Trump desde o início de seu mandato tem ameaçado o Brics caso o grupo pare de fazer transações comerciais e financeiras tendo o dólar como referência.
Em sua fala, Lula, sem citar nominalmente, acusou os Estados Unidos de instrumentalizarem a Agência Internacional de Energia Atômica para justificar os ataques contra instalações nucleares do Irã.
Além disso, criticou a Otan pela corrida armamentista que eleva gastos militares como nunca visto em detrimento de recursos para países pobres e para solução da crise climática. “Mais fácil investir na guerra do que na paz”, sintetizou o petista.
O presidente brasileiro pontuou que, hoje, a ONU nem é mais consultada para ataques contra outros países. Por isso, voltou a bater na tecla da defesa de reformulação do Conselho de Segurança da ONU, com a entrada de novos países para o órgão da Ásia, África e América Latina e Caribe.
Enquanto isso, em momento de tensões geopolíticas, o Brasil optou por colocar no centro da pauta da cúpula temas importantes, como saúde, inteligência artificial e crise climática, mas acertou que temas polêmicos, como as guerras, seriam tratados evitando fomentar conflitos com o lado ocidental, principalmente Estados Unidos.
Por isso, a Rússia não foi condenada pela guerra na Ucrânia, os Estados Unidos não foram criticados pelos ataques a instalações nucleares do Irã e a guerra tarifária foi condenada, mas sem menções ao presidente Donald Trump.
Ninguém quis atacar diretamente Trump na semana para a qual estava marcada a entrada em vigor das novas tarifas e quando os Estados Unidos devem anunciar alguns acordos comerciais, além do já fechado com a China. O prazo, porém, foi prorrogado para agosto. Mas a ameaça segue no ar.

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