A situação do ex-presidente Bolsonaro mudou dramaticamente depois do tarifaço aplicado ontem por Donald Trump ao Brasil. Se antes Bolsonaro seria condenado e preso, agora será condenado e preso talvez mais cedo do que se imaginava. No caso dele e dos que o cercam, inteligência afiada serve para essas coisas, assim como o desprezo pela sorte do seu próprio país.
Trump desidratou o pacote de medidas que afetaria duramente a economia brasileira, mas que também causaria estragos à economia americana. Provou mais uma vez que não rasga dinheiro, acumula e sempre quer mais. Em compensação, ele subiu o tom de suas declarações em defesa de Bolsonaro e dos demais golpistas de dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
Disse na Ordem Executiva que assinou:
“O Governo do Brasil acusou Bolsonaro injustamente de múltiplos crimes relacionados ao segundo turno de sua eleição em 2022, e o Supremo Tribunal Federal decidiu equivocadamente que Bolsonaro deve ser julgado por essas acusações criminais injustificadas.
A perseguição política, por meio de processos forjados, ameaça o desenvolvimento ordenado das instituições políticas, administrativas e econômicas do Brasil, inclusive minando a capacidade do Brasil de realizar uma eleição presidencial livre e justa em 2026.
O tratamento dado pelo Governo do Brasil ao ex-presidente Bolsonaro também contribui para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos.”
Dito de outra forma: Bolsonaro não tentou dar golpe, e, por isso, não merece ser julgado. O governo, ao tratá-lo como criminoso, contribui deliberadamente para o colapso da democracia no Brasil, pondo em xeque desde já a lisura das eleições do próximo ano. Eleições livres e justas só serão possíveis se Bolsonaro for absolvido e recuperar o direito de disputá-las. Taokey?
Pode estar ok para Bolsonaro, Trump, a extrema-direita e parte da direita covarde que silencia e finge nada ter a ver com isso. Para a maioria dos brasileiros, porém, levando em conta todas as pesquisas conhecidas, não está ok. A respeitar-se as leis do país, não está ok. Cabe ao Supremo Tribunal Federal a última palavra sobre o que está escrito na Constituição, e ele a dará em breve.
Há poucos meses, entre os Bolsonaro, somente Jair corria o risco de ir para o xilindró. Agora, Eduardo, o Zero Três, credenciou-se a acompanhar pai e a perder o mandato de deputado federal por atentado à soberania nacional. No futuro, Eduardo irá juntar-se aos poucos e infames nomes dos vendilhões da Pátria.
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