sexta-feira , 5 setembro 2025
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Investigação cita 19 nomes de postos supostamente ligados ao PCC; veja endereços


Investigação cita 19 nomes de postos supostamente ligados ao PCC
Ao menos 19 postos de combustíveis foram citados nominalmente em decisões da Justiça de São Paulo relacionadas à Carbono Oculto, a maior operação da história contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), que investiga a infiltração da facção criminosa no setor de combustíveis.
Segundo a Receita, o PCC usava uma rede de mais de 1 mil postos para lavar dinheiro para o crime organizado, recebendo o dinheiro sujo em espécie ou por meio de maquinhas e o repassando para contas da organização criminosa.
A relação dos 19 postos citados nas decisões com os investigados, e os endereços deles (conforme constam na Receita Federal), estão abaixo:
Sete postos pertencem a Armando Hussein Ali Mourad. Ele é irmão de Mohamad Hussein Mourad, que segundo a Justiça paulista é ligado ao PCC e liderava o esquema, e foi “fundamental para a expansão do grupo e para a blindagem patrimonial e lavagem de capitais”. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Mourad. São eles:
Auto Posto Vini Show, de Senador Canedo (GO)
Auto Posto Dipoco, de Catalão (GO)
Posto Santo Antonio do Descoberto, de Santo Antônio do Descoberto (GO)
Posto Futura JK, de Jataí (GO)
Posto Futura Niquelândia, de Niquelândia (GO)
Auto Posto Parada 85, de Goiânia
Auto Posto da Serra, de Morrinhos (GO)
Dois pertencem a Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza e Alexandre Motta de Souza, identificados como membros da organização criminosa de Mourad e envolvidos com fraudes em bombas e adulteração de combustível:
Auto Posto Conceição, de Campinas (SP)
Auto Posto Boulevar XV São Paulo, de Praia Grande (SP)
Quatro são apontados como pertencentes a Renan Cepeda Gonçalves, descrito como “pessoa chave na organização criminosa” por estar ligado à Rede Boxter, grupo investigado por lavagem de dinheiro do PCC. Na Receita Federal, o proprietário é Tharek Majide Bannout, alvo da operação e que, segundo a Justiça, tem ligação com o PCC:
Auto Posto Yucatan, de Arujá (SP)
Auto Posto Azul do Mar, de São Paulo
Auto Posto Hawai e Auto Posto Maragogi, ambos de Guarulhos (SP)
Posto na cidade de Sumaré (SP)
g1 Campinas
Posto na cidade de Arujá (SP)
Thiago Caetano/g1
Posto Azul do Mar, na Mooca
Fabio Tito/g1
O Auto Posto Texas, de Catanduva (SP), pertence a Gustavo Nascimento de Oliveira, citado como um dos laranjas do esquema utilizado pelo grupo liderado por Mohamad Hussein Mourad. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Oliveira.
O Auto Posto Bixiga, de São Paulo (SP), é citado como destino de metanol usado na adulteração de combustíveis, outra das fraudes documentadas na operação.
Posto de combustível no Bixiga, em São Paulo, estava fechado com tapumes
Fabio Tito/g1
O Auto Posto S3 Juntas, de São Paulo (SP), pertence a Ricardo Romano, “vinculado a atividades de lavagem de dinheiro e [que] possui conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC)”, segundo a Justiça.
O Auto Posto S-10, segundo a Justiça, pertence a José Carlos Gonçalves, o Alemão, que tem “ligações fartas com o PCC e é suspeito de financiar o tráfico e a lavagem de dinheiro. Na Receita Federal, ele tem como sócia a ACL Holding, também citada na investigação.
O Auto Posto Elite de Piracicaba, da cidade homônima, também é apontado como pertencente a Armando Hussein Mourad. Na Receita, tem como dono Pedro Furtado Gouveia Neto, também alvo da operação, e que também é proprietário do Auto Posto Moska.
Infográfico – Postos citados na Operação Carbono
Artes/g1
Postos seguem em atividade
Ao menos quatro desses postos seguiam em funcionamento durante a tarde desta quinta-feira (28): o Auto Posto Texas, em Sumaré (SP), o Auto Posto Elite de Piracicaba e o Auto Posto Yucatan, em Arujá (SP). O Auto Posto Bixiga, na região central de São Paulo, estava fechado.
O g1 perguntou à Receita por que os postos citados na investigação seguiam ativos, mas o órgão disse que não comenta investigações em andamento.
Auto Posto Bixiga, na Bela Vista, em São Paulo, é citado em operação contra esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis.
Fabio Tito/g1
O que dizem os citados
O g1 procurou todos os postos citados na reportagem, por meio dos contatos disponíveis na Receita Federal, mas não obteve resposta até a publicação.
Procuradas, as defesas de Gustavo Nascimento de Oliveira, Renan Cepeda Gonçalves, Armando Hussein Ali Mourad, Ricardo Romano, Antônio Hélio, Carlos Antônio, Luciane Gonçalves Brene Motta de Souza, Alexandre Motta de Souza e Pedro Furtado Gouveia Neto não se manifestaram. O g1 não conseguiu contato com a defesa de José Carlos Gonçalves.

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