Um erro no Registro Nacional de Pessoas (Renaper) levou milhares de passaportes a serem entregues com defeito pelo Consulado da Argentina em São Paulo. Os documentos foram emitidos com uma falha na tinta de segurança, detectado somente nos escâneres dos aeroportos, o que causou um gargalo no embarque dos argentinos.
O consulado solicitou a devolução dos passaportes defeituosos. O erro poderia significar uma vulnerabilidade na segurança do documento da Argentina, que hoje pode abrir a porta de pelo menos 170 países ao seu portador. De acordo com o jornal La Nación, fontes do governo argentino atrelam o problema a um “incidente” causado por uma máquina.
A falha, apontou o jornal, é detectável apenas pela segurança dos aeroportos, sendo imperceptível aos olhos humanos. Mas o problema não passou batido pela oposição ao presidente da Argentina, Javier Milei. O deputado Esteban Paulon disse ter solicitado informações sobre o que considera ser “gravíssimo”.
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“Estamos falando de documentos sensíveis, com impacto direto em direitos básicos como viajar, estudar ou trabalhar no exterior”, escreveu o parlamentar argentinos nas redes sociais. Ele afirma que é preciso saber o que aconteceu no processo de licitação e na produção; quem é o responsável; e quais medidas foram tomadas para garantir que isso não aconteça novamente.
Ele completou: “Uma falha como essa não pode ser acobertada com comunicados à imprensa. Exige transparência, explicações urgentes e responsabilidades claras.”
O Renaper afirmou que os documentos afetados foram retirados de circulação e “se aplicaram todos os protocolos correspondentes”. Apesar de não especificar o tamanho da falha, o órgão disse que “há semanas a situação se encontra resolvida”, e pontuou que a produção continua com normalidade.
Ainda de acordo com o Renaper, também foi feito um trabalho em coordenação com o Ministério de Relações Exteriores argentino para que, caso “fosse detectada alguma falha de segurança do passaporte”, um aviso seja emitido para deixar claro que trata-se de um documento legal. O objetivo é “assegurar o livre trânsito do cidadão e a reposição do documento”.