O deputado italiano Angelo Bonelli expôs, com exclusividade ao Metrópoles, nesta terça-feira (29/7), o motivo que o levou a entregar a localização para a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), na Itália. O parlamentar demonstrou incômodo com o sentimento expressado por Zambelli de que, por ter cidadania italiana, ela estaria “intocável”.
Em junho deste ano, dias depois de deixar o Brasil, a deputada deu a seguinte declaração:
“Como tenho cidadania italiana, eu sou intocável na Itália, não há o que ele [Alexandre de Moraes] possa fazer para me extraditar onde sou cidadã. Eu estou muito tranquila em relação a isso”.
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Bonelli, no entanto, diz que o caso de Zambelli é uma questão de justiça e não política. “Ninguém na itália pode ser intocável”, declarou ele ao Metrópoles.
Durante a entrevista, o deputado italiano também comentou sobre a eventual concessão de asilo político a Zambelli pela primeira-ministra, Giorgia Meloni. No entendimento dele, haveria uma crise institucional na Itália, entre o Parlamento e a primeira-ministra, caso isso ocorra.
“O governo italiano tem tratado de extradição com o governo brasileiro, que será aplicado e respeitado”, acredita ele.
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Prisão
A deputada Carla Zambelli foi presa nesta terça no bairro Aurelio, em Roma, pela polícia italiana. A parlamentar havia sido condenada a 10 anos de prisão e à perda do mandato pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 17 de maio deste ano, mas deixou o Brasil logo em seguida. Desde então, ela passou a ser considerada foragida.
O crime cometido por Zambelli e que levou à condenação no STF foi a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), juntamente com o hacker Walter Delgatti Neto. No ato, foi inserido um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
O nome da parlamentar chegou a ser incluído na lista de alerta vermelho da Interpol. A defesa de Zambelli e aliados políticos dizem que ela, na verdade, teria se entregado.
Em nota, a Polícia Federal (PF) informou a prisão de deputada como resultado da cooperação internacional entre a PF, a Interpol e agências da Itália. “A presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”, diz o texto.