terça-feira , 9 setembro 2025
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CPMI do INSS tem sessão de quase 10h, bate-boca e possibilidade de retorno do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi


CPI do INSS recebe ministro da Previdência
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os desvios irregulares em aposentadorias pagas pelo INSS registrou a oitiva mais longa desde o início dos trabalhos. Ao todo, foram 09h48 de debates e questionamentos ao ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
Ao todo, foram 32 parlamentares questionando o ex-ministro, além do relator, deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), que inquiriu Lupi por quase uma hora e meia.
Entretanto, os parlamentares focaram em troca de ofensas e autopromoção e não conseguiram levantar novas informações a respeito dos desvios que aconteceram às aposentadorias do INSS. Mesmo assim, na saída, o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), definiu a reunião como boa e afirmou que o ex-ministro se contradisse várias vezes durante o depoimento.
“Há vários pontos nas falas dele que não coadunam, ou seja, não se confirmam em falas passadas. Por exemplo, a primeira denúncia que surgiu veio de uma pessoa que ele disse, na Câmara dos Deputados, que era uma amiga pessoal [Tonia Galleti] e aqui negou qualquer tipo de relacionamento”, ponderou Viana.
O presidente também não descartou a possibilidade de inserir Lupi como um investigado da CPMI, apesar de ainda achar a possibilidade prematura, e também disse que o ex-ministro pode ter que retornar para dar mais explicações para a CPMI.
“Nós podemos convidá-lo novamente se ele concordar em retornar será bem-vindo como convidado. Se não nós podemos fazer a convocação e até mesmo uma acareação com as pessoas que foram citadas eh durante os depoimentos”, afirmou Viana.
Confusões
CPI do INSS tem bate-boca entre parlamentares da base e da oposição
Assim como as últimas reuniões da CPMI, a sessão ficou marcada por vários bate-bocas com troca de ofensas entre parlamentares da base e da oposição. O senador Jorge Seif (PL-SC) xingou e chegou a mostrar o dedo para um deputado federal da base que o provocou durante seu momento de fala.
O bate-boca mais longo aconteceu durante as indagações do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). A discussão começou após ele fazer questionamentos sem respostas de Lupi e durou quase 8 minutos. O líder do governo na CPMI, deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acusou o relator, Carlos Viana (Podemos-MG), de impedir que Lupi se manifestasse.
“Não pode o relator fazer uma pergunta e o depoente não ter o direito de responder. O senhor não está deixando ele responder, é diferente”, protestou.
Ainda durante a discussão, os deputados federais Rogério Correia (PT-MG), da base, e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), da oposição, trocaram ofensas, levantaram e começaram a se encarar, até que outros parlamentares interviram e separou a briga.
Correia afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro “vai ser preso” e fez com as mãos um gesto simulando grades de prisão.
Diante da confusão, a sessão foi suspensa para que Lupi conversasse com seu advogado. Pouco depois, os trabalhos foram retomados.
LEIA MAIS
Lupi foi avisado da possibilidade de descontos ilegais em aposentadorias antes mesmo de reunião de conselho, em 2023
Defesa de Lupi
CPMI que investiga descontos indevidos no INSS ouve Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social
Jornal Nacional/ Reprodução
Ao longo da sessão, o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, se defendeu das acusações de que não fez nada com as denúncias sobre desvios indevidos às aposentadorias, mas concentrou ataques à existência do empréstimo consignado direto à folha dos aposentados.
“Agora acabaram com o desconto em folha dos associativos. E por que não o dos empréstimos consignados? Aí é que está um processo que a gente tem que olhar com muito cuidado”, afirmou.
Lupi ainda afirmou que os consignados “só tem porta de entrada”, porque a pessoa que contrai um, acaba contraindo outro, e um novo para pagar os anteriores e assim vai se arrolando em dividas cada vez maiores.
“Quem entra para o consignado só tem porta de entrada, não tem de saída, porque cada vez que acaba um empréstimo, ele tem que fazer um outro para pagar o empréstimo anterior, ajudar um filho, ajudar uma meia-água de uma casa que ele está construindo. […] O grande desafio nisso, nobre Deputado, é acabar com o desconto em folha”, concluiu.
Próximas sessões
O presidente da CPMI, Carlos Viana, ainda confirmou a agenda da comissão para os próximos dias. Na quinta-feira (11) pela manhã vão ouvir, na condição de testemunha, o ex-ministro da previdência do final do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Ahmed Mohamad Oliveira Andrade, que antes se chamava José Carlos de Oliveira.
Na segunda-feira da próxima semana (15), Viana afirmou que a CPI já tem confirmada a presença de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, e na quinta-feira seguinte (18), o empresário Maurício Camisotti, apontado como um dos cabeças do esquema de desvio nas aposentadorias.
CPI do INSS ouve Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social
Vinicius Cassela/g1

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