quarta-feira , 17 setembro 2025
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Copom mantém taxa de juros em 15% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (17) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. Essa é a terceira reunião consecutiva em que o índice é mantido. A Selic está no maior nível desde julho de 2006, quando chegou a 15,25% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade.

Em nota, o comitê afirmou que o cenário segue marcado “por elevada incerteza” e indicou que deve avaliar nas próximas reuniões “se a manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”.

O Copom enfatizou que “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Na reunião anterior, ocorrida nos dias 29 e 30 de julho, o comitê interrompeu o ciclo de alta e manteve a Selic em 15% ao ano, apontando que a política comercial dos Estados Unidos trouxe incerteza no cenário externo.

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No comunicado desta tarde, o comitê ressaltou que segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos Estados Unidos ao Brasil, e como “os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, disse o colegiado.

Após pressão de Trump, Fed reduz taxa de juros nos EUA

O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta quarta-feira (17) a taxa básica de juros do país para a faixa entre 4% e 4,25% ao ano. Este é o primeiro corte feito pela instituição em 2025. Desde dezembro de 2024, os juros permaneciam entre 4,25% e 4,50%.

A decisão já era esperada pelo mercado financeiro e ocorre em meio à pressão do presidente americano, Donald Trump, pelo corte dos juros. O novo diretor Stephen Miran, aprovado pelo Senado na semana passada, foi o único a defender uma redução de 0,50 ponto percentual.

O Copom apontou que o “ambiente externo se mantém incerto” em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos. “Consequentemente, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, disse o comitê, em nota.

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