domingo , 2 novembro 2025
Lar Economia Comissão mista aprova “MP da Taxação”
Economia

Comissão mista aprova “MP da Taxação”

A comissão mista aprovou nesta terça-feira (7) o relatório elaborado pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP) para a Medida Provisória 1303/25 que aumenta impostos para compensar a revogação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O placar foi apertado: 13 votos a favor e 12 contra.

A medida é considerada fundamental para fechar as contas do próximo ano, porém, o governo Lula (PT) aceitou a desidratação do texto para conseguir salvar R$ 15 bilhões. A expectativa inicial, entre arrecadação e renúncia fiscal, era de R$ 35 bilhões para os cofres públicos.

O Executivo corre contra o tempo para salvar parte da MP, que perderá a validade nesta quarta-feira (8). Ou seja, a matéria precisa ser aprovada pelos plenários da Câmara e do Senado até às 23h59 desta terça-feira (7).

VEJA TAMBÉM:

  • Com anistia travada, Motta tenta direcionar pauta da Câmara para segurança e reforma administrativa

Durante a sessão, Zarattini decidiu aumentar a alíquota de Imposto de Renda sobre diversas aplicações financeiras e investimentos para 18% após uma sugestão do líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM). O texto original previa a tributação de 17,5%.

Já alíquota do IR para Juros sobre Capital Próprio (JCP) foi fixada em 18%. Neste caso, o o governo havia elevado o imposto de 15% para 20%.

Prevista para ocorrer de manhã, a análise do relatório foi adiada para a tarde e só começou pouco depois das 17h. Parlamentares da oposição tentaram adiar a votação, mas o senador Renan Calheiros (MDB-AL), presidente do colegiado, descartou essa possibilidade. A votação já foi adiada diversas vezes pelo colegiado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu nesta segunda-feira (6) com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e com líderes partidários em busca de consenso sobre a medida.

Nesta tarde, o líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que ainda não havia acordo para aprovar a MP. Segundo o petista, há um movimento de partidos de oposição para prejudicar o governo e “cavar uma crise no país com um forte impacto fiscal”.

Antes do início da reunião, Calheiros afirmou que o Senado não iria aprovar a proposta com as mudanças da Câmara. Ele disse que os senadores não foram comunicados sobre a mudança na taxação das bets feita pelo relator.

“Não se pode aprovar uma MP, seja qual teor for, com o que foi discutido apenas na Câmara. Como vai aprovar nas duas Casas, se só debateu em uma? Sou contra essa redução [da taxação das bets]. O Senado precisa passar pela discussão, não vamos homologar uma decisão da Câmara”, criticou.

Originalmente, o texto previa o aumento da tributação sobre o faturamento das plataformas de apostas esportivas, as bets, de 12% para 18%. Diante da resistência de setores do Congresso, ele manteve a alíquota atual.

O relator criou um programa para tributar as bets que operaram no Brasil antes da regulamentação, chamado Regime Especial de Regularização de Bens Cambial e Tributária (RERCT Litígio Zero Bets). O dispositivo estabelece a cobrança retroativa de 15% do IR, com multa de 100%.

O prazo de adesão é de 90 dias, a partir da data de publicação da Lei, a qual deve ser realizada mediante declaração voluntária da situação patrimonial em 31 de dezembro de 2024 e pagamento de imposto e multa.

O que diz o texto original da MP

A MP estabeleceu a tributação de títulos incentivados (LCI, LCA, CRI, CRA e outros) em 5% (que eram isentos para pessoas físicas); a alíquota uniforme de 18% sobre várias aplicações financeiras; o aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das fintechs de 9% para 15% e da taxação das casas de apostas (“bets”) de 12% para 18%.

O aumento da taxação estava em vigor desde 11 de junho, quando o texto foi editado pelo governo. Zarattini também propôs o aumento da taxação sobre o rendimento de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) de 5% para 7,5%, mas voltou atrás após pressão da bancada do agronegócio e do Congresso. Com isso, os títulos incentivados permanecem isentos.

Artigos relacionados

China vai dar autorização especial ao Brasil para imporat chips

Fabricantes brasileiros do setor automotivo poderão receber uma autorização especial do governo...

Brasil deve propor aumento de fluxo comercial em acordo com Trump

O governo Lula discute internamente que propostas pode fazer a Donald Trump...

Reforma tributária e novas regras de investimentos

O cenário econômico brasileiro se agita com mudanças profundas que podem afetar...

entenda por que passagens aéreas podem subir

A aprovação da bagagem grátis pela Câmara na terça-feira (28) pode encarecer as viagens aéreas para...