Donald Trump diz que ficou descontente com resultado do julgamento de Bolsonaro
Integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliam que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode fazer com que o governo dos Estados Unidos aplique novas sanções às autoridades brasileiras.
Segundo eles, a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três de prisão encerra um capítulo na crise com o governo de Donald Trump, mas o desfecho do problema diplomático continua longe do final.
Além das sanções, existe a expectativa da manutenção da tensão entre os dois países até as eleições de 2026.
🔎 Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) por golpe de Estado e outros crimes mesmo diante da pressão americana. Ao determinar a sobretaxa de 50% para produtos brasileiros, o presidente Donald Trump exigiu o arquivamento do caso do aliado.
Na análise de integrantes do governo, o resultado do julgamento demonstrou que as sanções não intimidaram o STF. Há o risco, nessa leitura, de que a pressão americana seja direcionada ao Congresso Nacional a fim de apoiar a aprovação de uma anistia aos golpistas.
Auxiliares de Lula entendem que a tensão com os EUA continuará até a próxima eleição presidencial porque consideram que Trump deseja ver um governo mais à direita no Brasil. Em outubro de 2026, Lula deve disputar a reeleição para um mandato de 2027 a 2030.
Donald Trump e Jair Bolsonaro durante um jantar na Flórida, Estados Unidos, em 07 de março de 2020
Alan Santos/Presidência via AFP
👉🏽 Após o julgamento, a dúvida no governo é sobre como a Casa Branca vai recalcular sua estratégia.
Diante da repercussão negativa do tarifaço, que fortaleceu Lula, a aposta é em sanções a autoridades, a exemplo de ministros do STF.
Medidas de reciprocidade
O atual contexto também reforça a posição no governo de quem é contrário a uma eventual retaliação tarifária aos EUA.
👉🏽 A intenção é “jogar parado”, ou seja, manter o discurso de defesa da soberania, buscar novos mercados para produtos e insistir no desejo de fazer uma negociação focada em comércio.
O diálogo com os EUA segue bloqueado, segundo integrantes do governo, que monitoram as declarações de autoridades americanas.
A primeira avaliação é de que Trump adotou tom mais comedido na comparação com o secretário de Estado, Marco Rubio, ao comentar a condenação de Bolsonaro.