terça-feira , 4 novembro 2025
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Cientistas desvendam assassinato de homem que morreu há 12 mil anos

Ossos de 12 mil anos encontrados na caverna Thung Binh 1, localizada em um sítio arqueológico no Vietnã, pertencem a uma das primeiras vítimas de assassinato conhecidas mundialmente. É o que afirma um estudo liderado pelo arqueólogo Christopher Stimpson, da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Este é o primeiro caso de violência entre humanos registrado no Sudeste Asiático e a vítima era um homem com aproximadamente 35 anos. A pesquisa foi publicada na revista científica Royal Society B. no final de agosto.

Inicialmente, todos os ossos foram encontrados entre o final de 2017 e o início de 2018. A ossada incluía grande parte do crânio, que havia sido esmagado pelo túmulo. Batizado como TBH1, o homem era nativo da região e a análise inicial dos restos mortais sugerem que ele morreu em bom estado de saúde, sem a presença de doenças.

Saúde do homem intriga cientistas

O bom estado de saúde de TBH1 despertou a curiosidade dos pesquisadores, fazendo eles investigarem mais a fundo a possível causa de sua morte. Após exames, foi descoberto que o homem tinha uma costela cervical, um raro osso extra localizado no pescoço. Também foi identificada uma ponta de quartzo no sedimento do local de enterro.

Investigações mais detalhadas sobre a peça de quartzo revelaram mais uma pista do quebra-cabeça: a ponta havia sido produzida deliberadamente para servir como um projétil e seu material não era comum naquela ou em outras regiões por perto.

Imagem mostra fraturas na costela cervical do homem (figura A) e a ponta de pedra que causou sua morte (figura B)

O fato intrigou ainda mais os pesquisadores sobre a causa real da morte de TBH1. “Ela não corresponde a nenhuma outra ferramenta de pedra de Thung Binh 1 ou de sítios próximos, levantando questões sobre quem a fez e de onde ela veio”, diz um dos autores do artigo, Benjamin Utting, do Museu Nacional de História Natural Smithsonian, em comunicado.

Observações mais precisas mostraram que uma das costelas cervicais tinha sinais de fratura e infecção. Os pesquisadores sugerem que o homem foi atingido por um projétil de ponta de pedra, que danificou sua costela e ficou alojado no pescoço. O ferimento infeccionou e causou sua morte depois de dias ou semanas do ataque.

“A evidência do trauma, juntamente com o artefato que o causou, é uma descoberta excepcional para a região especificamente e para este período de tempo, de forma mais geral”, afirma Stimpson.

Com o avanço de novas tecnologias para estudar vestígios arqueológicos, a expectativa dos cientistas é desvendar mais assassinatos antigos espalhados pelo mundo.

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