terça-feira , 4 novembro 2025
Lar Economia Câmara aprova estouro bilionário de gasto do governo com defesa
Economia

Câmara aprova estouro bilionário de gasto do governo com defesa

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (3), o Projeto de Lei Complementar (PLP) 204/2025, que autoriza a União a retirar até R$ 3 bilhões da meta fiscal e do limite de despesas do Executivo em 2025, desde que os valores sejam aplicados em projetos estratégicos de defesa nacional. O texto segue agora para sanção presidencial.

De autoria do Senado, o PLP contou com parecer favorável do deputado General Pazuello (PL-RJ). De acordo com a proposta, o valor de R$ 3 bilhões excluído em 2025 será descontado do total que também poderá ser retirado da meta fiscal e do teto de gastos em 2026, dentro da mesma finalidade.

VEJA TAMBÉM:

Regras fiscais e valores até 2030

Para 2026, o governo poderá excluir do teto e da meta fiscal os gastos com projetos de defesa no menor entre dois valores: R$ 5 bilhões ou o montante do Novo Programa de Aceleração do Crescimento destinado ao Ministério da Defesa e sujeito ao limite de despesas. Desse valor, serão abatidos os R$ 3 bilhões já aplicados em 2025.

A regra especial valerá de 2026 a 2030, com todas as despesas retiradas do teto classificadas como investimentos de capital. Além disso, restos a pagar dessas despesas não entrarão no cálculo da meta de resultado primário, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Fortalecimento da indústria de defesa

Segundo o relator General Pazuello, o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) é essencial para a soberania e o desenvolvimento do país.

“País que depende de tecnologia e equipamentos estrangeiros é vulnerável. A paz só se sustenta com força e capacidade de dissuasão”, afirmou o deputado.

Pazuello destacou ainda que a BID representa 4,78% do PIB brasileiro, reúne 1.140 empresas e gera 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos. Segundo ele, cada real investido na defesa gera dez no PIB nacional.

Debate no plenário

Durante a votação, parlamentares de diferentes partidos defenderam e criticaram o projeto.

O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) elogiou a proposta, afirmando que ela fortalecerá tanto as Forças Armadas quanto a indústria de base nacional, com impacto positivo na geração de empregos.

Já o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), considerou a aprovação “uma vitória”, mas criticou a rejeição de uma emenda que destinava até 10% dos recursos para o enfrentamento ao crime organizado.

Por outro lado, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) classificou a medida como “contabilidade criativa”, afirmando que o projeto fere o arcabouço fiscal e prejudica a credibilidade orçamentária do país.

Desenvolvimento e soberania nacional

Os projetos beneficiados deverão contribuir para o desenvolvimento da indústria de defesa brasileira e poderão ser financiados com recursos de fundos públicos vinculados ao Ministério da Defesa.

A proposta reflete a estratégia do governo federal de fortalecer a soberania nacional e a indústria de defesa, ao mesmo tempo em que ajusta as regras fiscais para garantir investimentos em projetos estratégicos de segurança.

Artigos relacionados

Receita mira aluguel não declarado com CPF de imóveis

O governo federal intensifica a fiscalização sobre fintechs e aluguéis não declarados,...

Petrobras anuncia plano de demissão voluntária para cortar 1,1 mil

A Petrobras aprovou um plano de demissão voluntária (PDV) que poderá incluir...

Renda de autônomos cresce mais que a de trabalhadores CLT

Enquanto Zeca Pagodinho diz que quer virar CLT, na vida real muitos...

Estudo inédito dimensiona lucro de facções com cigarro ilegal

Um estudo inédito demonstrou a relação direta entre o mercado ilegal de...