Pesquisadores brasileiros encontraram uma espécie de besouro inédita no município de Casa Nova, na Bahia. Trata-se do Athyreus arretado, um animal que pertence à família Geotrupidae, popularmente conhecida por englobar os besouros escavadores. Além dele, foram encontrados mais de 100 novos exemplares de formigas e besouros.
A mais recente descoberta foi realizada pelo Laboratório de Mirmecologia do Sertão, do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), que pertence à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Pernambuco. O estudo foi publicado na revista científica Zootaxa.
Entre os diversos achados, se destaca outro tipo de besouro: a joaninha Coeliaria almeidae. Já no grupo dos himenópteros (abelhas, vespas e formigas), a ênfase vai para a formiga Eurhopalothrix oxente, encontrada às margens do Rio São Francisco, e a vespa parasita Gonatopus cambitos, achada no Serrote do Urubu, em Petrolina (PE).
As expedições coordenadas pelo professor Benoit Jean Bernard Jahyny, da Univasf, acontecem pelo sertão baiano e pernambucano. A maioria das espécies é endêmica da Caatinga e nova até para o mundo científico.
“Cada nova espécie descrita é uma peça que se encaixa no grande quebra-cabeça da vida”, destaca Jahyny, em comunicado.
Características do besouro arretado
A nomenclatura “arretado” do escaravelho está ligada à expressão famosa nordestina para destacar algo impressionante. Suas características incomuns corroboram com o nome de batismo. Ele possui um chifre na parte superior do tórax e tem a presença de cristas em formato de “J” em seu corpo.
O inseto é pequeno, medindo apenas 2,3 cm. Seu dorso é predominantemente marrom-avermelhado e na parte inferior, a coloração é laranja. Apesar de menores, os besouros voam apenas a 60 cm de altura.
Para ser encontrado, o “arretado” foi atraído através da luz das lanternas utilizadas pelos pesquisadores.
“A descoberta do Athyreus arretado mostra o quanto ainda temos a conhecer sobre a biodiversidade da Caatinga. Esse besouro foi encontrado em uma região pouco estudada e isso reforça que o bioma guarda espécies únicas que precisam ser registradas e preservadas”, afirma o autor principal do estudo, Gabriel Luiz Celante.
Por fim, os pesquisadores ressaltam a importância de mapear e conservar a Caatinga, região tão ameaçada ambientalmente por queimadas e desmatamento.
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