O Banco Central do Brasil rejeitou, nesta quarta-feira (3), a proposta de aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), encerrando uma negociação anunciada em março de 2025 com valor estimado em R$ 2 bilhões.
A decisão segue recomendação do diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução da autarquia, Renato Dias de Brito Gomes, e foi tomada após um processo de análise que durou pouco mais de cinco meses.
A operação previa a compra pelo BRB de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. O projeto já havia recebido aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do governo do Distrito Federal, autorizando o BRB a adquirir participação em outras instituições financeiras.
Apesar disso, a diretoria colegiada do Banco Central seguiu entendimento técnico que apontou fragilidades e riscos na operação e optou pelo indeferimento.
Em nota, o BRB declarou ter solicitado “acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis”. O documento oficial de indeferimento foi assinado pelo diretor-executivo de Finanças e Controladoria e diretor de Relações com Investidores do banco, Dario Oswaldo Garcia Junior.
O BRB reafirmou o interesse na transação, destacando o potencial estratégico para geração de valor ao Distrito Federal e ao Sistema Financeiro Nacional, e afirmou que manterá os acionistas e o mercado informados sobre eventuais desdobramentos.
O Banco Master também aguarda acesso ao texto integral da decisão do Banco Central para avaliar seus fundamentos e alternativas. Em posicionamento oficial, a instituição afirmou que “continua confiante na sua estratégia e na sua operação, que fizeram com que se destacasse num mercado altamente concentrado”.
Em função dos riscos detectados e da redução do perímetro da operação — que caiu de R$ 48 bilhões para cerca de R$ 24 bilhões —, o Banco Central avaliou se o BRB teria condições financeiras de sustentar a nova estrutura.
Com o indeferimento, cresce a possibilidade de intervenção do Banco Central no Master. O banco, agora, deverá apresentar um plano de trabalho à autoridade monetária. O BRB, sociedade de economia mista controlada pelo governo do Distrito Federal, afirmou que poderá insistir no negócio com uma nova proposta.
O Master, fundado em 1974 e transformado em banco em 1990, amplia sua atuação desde 2018, com operações em crédito e o digital Will Bank.