SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Sobraram reclamações contra a arbitragem nos jogos desta quarta-feira (24). Eliminado pelo Palmeiras nas quartas da Libertadores, o técnico Marcelo Gallardo, do River Plate, afirmou que o árbitro “sentiu a pressão”. Nos jogos atrasados do Brasileiro, Davide Ancelotti (Botafogo), Fernando Diniz (Vasco) e Rogério Ceni (Bahia), questionaram decisões da equipe de arbitragem.
GALLARDO BRAVO, E ABEL DE BOA
O comandante do River Plate reclamou principalmente do pênalti marcado em Facundo Torres aos 43 minutos do 2º tempo. No momento, a partida estava empatada em 1 a 1 e os argentinos buscavam um gol para levar a disputa para as penalidades. O Palmeiras venceu por 3 a 1.
“Eu reclamei disso [que não foi mão de Colidio], havia um jogador caído, o árbitro não soube lidar com isso. Marcou algo que não viu, estava de costas. Há um jogador deles [Palmeiras] caído, ele vai receber atendimento e há uma mistura de tudo. [O árbitro] Não soube conduzir e, nessa confusão, acabamos dando uma vantagem que não pode acontecer”, afirma Marcello Gallardo.
“Nestes jogos, essas situações costumam acontecer. Em um momento, o jogo escapou das mãos dele [árbitro], ele poderia ter gerido melhor. No primeiro tempo, ele [árbitro] sentiu a pressão e começou a jogar o segundo [tempo] com algumas situações que mudaram o conceito de um jogo que estava controlando bem. Mas temos que assumir nossos erros. A série esteve nos detalhes de atenção. Conhecíamos a hierarquia do adversário e eles conheciam a nossa.”
Do outro lado, Abel Ferreira “isentou” a arbitragem: “O árbitro foi igual para os dois lados, acertou em umas vezes e errou em outras. Na minha opinião, não houve influencia no que foi o resultado. No jogo de lá, também temos queixas, mas ninguém é perfeito. Não serei advogado de defesa”, afirmou.
RECLAMAÇÕES DOS DOIS LADOS
A atuação do árbitro João Vitor Gobi e do VAR irritou tanto Fernando Diniz, do Vasco, quanto Rogério Ceni, do Bahia. Os cariocas levaram a melhor e venceram por 3 a 1 o confronto atrasado pela 16ª rodada do Brasileiro.
O Vasco reclamou de duas possíveis expulsões: uma entrada dura de Rezende em Coutinho e um calço de Sanabria em Puma. O árbitro foi chamado pelo VAR para rever o segundo lance, mas manteve o cartão amarelo.
“Foi para expulsão claramente. E o critério de se apitar foi modificando. Começa com um jeito de deixar o jogo correr mais, depois tem a expulsão, aí começa a picotar o jogo. O juiz era o quarto árbitro lá em Porto Alegre, os caras fizeram cera desde o início do jogo e não fez menção em nenhum momento em dar cartão amarelo. E o Léo Jardim vai ser nos próximos anos o único goleiro expulso no Brasil por conta do que aconteceu lá no sul de o juiz achar que estava fazendo cera”, disse Fernando Diniz.
O que aconteceu nesta quinta-feira (25) foi escandaloso. Porque colocou a integridade física dos nossos jogadores em risco. Teve três lances claros de expulsão. […] Mesmo ganhando, tivemos três casos escandalosos de entradas completamente despropositadas em jogadores do Vasco. Uma delas o VAR chamou para analisar e não sei o que ele viu na imagem. Ainda mais grave no caso do Puma não ter sido expulso. Se querem realmente defender o espetáculo e o jogador, não podem ter árbitros como esse a apitar. Admar Lopes, diretor de futebol do Vasco
Já Rogério Ceni apontou um “VAR totalmente favorável ao time da casa”. O Bahia ficou com um a menos aos 36 minutos do primeiro tempo, após Jean Lucas receber -após recomendação de revisão pelo VAR- o cartão vermelho por acertar o braço em Barros.
O que deixa a gente um pouco confuso são os critérios. […] Um jogo importante definido por um cara no ar-condicionado do VAR, que chama no lance que ele quer, determina uma expulsão que muda tudo. Jogar 60 minutos com um a menos aqui, e com o VAR totalmente favorável ao time da casa. As nossas são chamadas [pelo VAR], as deles, não. Rogério Ceni
O BOTAFOGO TAMBÉM RECLAMOU
O atual campeão nacional saiu na bronca com a arbitragem pela marcação do pênalti que definiu o empate com o Grêmio. A partida foi válida pela 16ª rodada do Brasileiro e terminou 1 a 1.
Após ser chamado pelo VAR, o árbitro Lucas Paulo Torezin apontou a penalidade por toque de mão de Matheus Martins, convertida pelo goleiro Tiago Volpi. O episódio aconteceu aos 38 minutos do segundo tempo.
Acho que não temos um lance conclusivo, é uma interpretação de um lance em que nenhum momento vemos a mão tocar na mão do jogador [Matheus Martins]. Acho que não pode ser uma interpretação nesse caso, tem que ser claro. O VAR tem que ver um erro claro do árbitro, e nesse caso não há um erro claro, não tem um lance conclusivo. Se não temos lances conclusivos, não podemos interpretar que é pênalti, porque ninguém vê. Ninguém sabe. Davide Ancelotti, técnico do Botafogo
Vergonhoso. Nos recusamos a evoluir. Jhon Textor, dono da Saf do Botafogo, em postagem nas redes sociais