domingo , 7 setembro 2025
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Alvo dos EUA e de hackers, Pix bate novo recorde de transações

O volume diário de transações feitas pelo Pix atingiu novo recorde na sexta-feira (5), de acordo com o Banco Central (BC), que opera o sistema de pagamentos. Segundo a autoridade monetária, foram registradas 290 milhões de transações em um único dia, movimentando R$ 164,8 bilhões.

O recorde anterior, do dia 6 de junho, era de 276,7 milhões de transações por meio do Pix. Para o BC, o resultado é mais uma demonstração da importância do sistema como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional.

Desde o lançamento, em 2020, o Pix se consolidou como um dos sistemas de pagamento de adoção mais rápida no mundo, alcançando hoje 82,6% da população, segundo dados do BC.

Até o dia 31 de agosto, haviam sido registrados no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT) 879,1 milhões de chaves Pix. O montante movimentado até o fim de julho superava os R$ 3 trilhões.

EUA incluem Pix em investigação sobre práticas comerciais “desleais” por parte do Brasil

Há cerca de dois meses, o governo americano incluiu o sistema de pagamentos em uma investigação sobre práticas comerciais consideradas “desleais” por parte do Brasil.

O relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês) diz que o Brasil promove ações que “distorcem a concorrência em serviços digitais”, citando o Pix. A abertura da investigação foi baseada na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974.

Para o gestão de Donald Trump, a preferência dada pelo governo brasileiro ao sistema de pagamento instantâneo estaria prejudicando empresas e trabalhadores norte-americanos.

Segundo o documento, o Brasil “parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, a promoção de seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”.

Após série de ataques hacker, BC adota medidas para reforçar segurança do Pix

O sistema do Pix também tem sido alvo de uma série de ataques nos últimos meses, o que fez com que o BC adotasse medidas, lançadas nesta sexta, para fortalecer a segurança das transações.

Uma delas é a fixação de um valor limite de R$ 15 mil para Pix e TED para movimentações feitas por instituições de pagamento não autorizadas e as que se conectam à rede do sistema financeiro nacional via prestadores de serviços de tecnologia da informação (PSTI). Até então não havia limite.

O prazo final para que instituições de pagamento não autorizadas a funcionar pelo BC solicitem a autorização foi antecipado de dezembro de 2029 para maio de 2026.

Integrantes dos segmentos S1 (grandes instituições financeiras), S2 (bancos de médio porte), S3 e S4 (instituições de menor porte) que não sejam cooperativas poderão atuar como responsáveis no Pix por instituições de pagamento não autorizadas. O BC estipulou o prazo de 180 dias para a atualização dos contratos vigentes.

Além disso, passou a ser exigido capital mínimo de R$ 15 milhões para que uma PSTI seja credenciada ao sistema financeiro nacional. Antes, não havia um patamar mínimo de capital para o credenciamento.

As ações foram tomadas após a identificação de vulnerabilidades dos agentes que foram alvo de ataques hackers recentes: provedores de serviços de tecnologia da informação (PSTI), iniciadores de transações de pagamentos (ITPs) e até mesmo as instituições de pagamento (IPs) que ainda não têm licença do regulador financeiro.

Desde julho, foram quatro ataques que se valeram do sistema do Pix, sendo que em três deles houve desvio de recursos:

  • 2 de julho: ataque ao sistema de mensageria do Pix da C&M, com desvio estimado em mais de R$ 1 bilhão;
  • 29 de agosto: ataque ao sistema de mensageria do Pix da Sinqia, com desvio estimado em R$ 710 milhões;
  • 2 de setembro: ataque ao sistema de mensageria do Pix e do TED da Monetarie, com desvio de R$ 4,9 milhões;
  • 4 de setembro: ataque ao sistema de mensageria do Pix de uma fintech (o nome não foi revelado), sem evidência de desvios ou roubo de dados.

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