A cantora Ana Carolina prestou uma homenagem comovente à amiga Preta Gil, que faleceu neste domingo (20/7), vítima de complicações causadas por um câncer no intestino.
Em suas redes sociais, Ana compartilhou um texto repleto de memórias, carinho e gratidão pela amizade e parceria artística com a filha de Gilberto Gil.
O post de despedida de Ana Carolina
“Hoje o palco perdeu verdade. Perdeu cor, perdeu coragem. Hoje o palco está triste”, escreveu Ana, ao iniciar a despedida.
Ela relembrou o início da carreira de Preta e revelou ter sido uma das primeiras pessoas a incentivá-la a cantar. “Quando ouvi o vibrato da voz da Preta, eu comecei a encorajá-la a cantar, quando ela ainda estava descobrindo essa vontade dentro de si.”
A artista contou que, ao lado de Antonio Villeroy, compôs Sinais de Fogo, a primeira música de trabalho de Preta. Em tom afetuoso, ela lembrou o vínculo que as unia.
Relembrou relação
“Ela contava por aí, sempre rindo, que foi apaixonada por mim. E eu sempre dizia: ‘não ficamos, mas eu fiz canções pra ela’, porque era assim que a gente se amava. Do nosso jeito, bonito, verdadeiro, inteiro.”
Ana também falou sobre os últimos encontros que teve com a amiga. “Das últimas vezes em que estive com ela, cantei Pra Rua Me Levar. Foi meu jeito de segurar sua mão, mesmo diante do invisível.”
A cantora finalizou a homenagem com palavras de admiração: “Mulher corajosa. Mulher forte. Vai na luz, minha eterna Pretinha!”
Leia o texto de Ana Carolina na íntegra
“Hoje o palco perdeu verdade.
Perdeu cor, perdeu coragem.
Hoje o palco está triste.
A Preta se foi, minha amada pretinha e com ela vai uma parte da minha história, das músicas, das conversas engraçadas e profundas, das trocas que não cabem em legenda.
Quando ouvi o vibrato da voz da Preta, eu comecei a encorajá-la a cantar, quando ela ainda estava descobrindo essa vontade dentro de si.
Para encorajá-la mais ainda eu e Antonio Villeroy escrevemos a primeira música de trabalho dela — Sinais de Fogo. Depois veio Stereo. Ela contava por aí, sempre rindo, que foi apaixonada por mim.
E eu sempre dizia: “não ficamos, mas eu fiz canções pra ela” — porque era assim que a gente se amava. Do nosso jeito, bonito, verdadeiro, inteiro.
Ver a artista e a mulher que ela se tornou foi um orgulho silencioso que sempre levei comigo.
Das últimas vezes em que estive com ela, cantei Pra Rua Me Levar.
Foi meu jeito de segurar sua mão, mesmo diante do invisível.
Ela sabia. E eu também.
Estou imensamente triste. Não consigo parar de chorar.
Sem saber direito como dizer o quanto sou grata por tudo o que vivemos —
Pelo amor que virou música,
Pela risada que virou memória,
E por tudo que ela foi — pra mim e pra tantos.
Mulher corajosa. Mulher forte.
Vai na luz minha eterna pretinha!”
A morte de Preta Gil
Preta Gil morreu neste domingo (20/7), em Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde estava realizando um tratamento experimental contra o câncer. Como a coluna já havia adiantado, a artista apresentou uma piora no quadro de saúde desde a última quarta-feira (16/7), e familiares e amigos próximos viajaram até os EUA para acompanhá-la.
Fontes contaram à coluna que Preta chegou a manifestar o desejo de retornar ao Brasil ainda neste domingo, em uma UTI aérea. Pessoas próximas relataram que esse era um pedido da cantora após descobrir que o câncer havia se espalhado, mesmo com o tratamento.
No entanto, durante uma sessão de quimioterapia, Preta passou mal e acabou falecendo dentro de uma ambulância, a caminho do aeroporto, onde embarcaria em um voo de volta ao Brasil.