quarta-feira , 5 novembro 2025
Lar Cidade Orbán sobre Ucrânia: “Não queremos compartilhar o destino deles”
Cidade

Orbán sobre Ucrânia: “Não queremos compartilhar o destino deles”

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, voltou a criticar a possível adesão da Ucrânia à União Europeia. Durante entrevista nesta sexta-feira (3/10), ele afirmou que o ingresso de Kiev arrastaria o bloco para uma guerra direta com a Rússia.

“A Ucrânia é um país com um destino muito difícil. Por que deveríamos compartilhar esse destino? Temos o nosso próprio, que é muito mais fácil do que o dos ucranianos. Não queremos morrer pela Ucrânia”, declarou.

Segundo Orbán, a entrada da Ucrânia no bloco obrigaria a Hungria a assumir encargos da guerra, incluindo eventual envio de tropas em caso de escalada militar. Ele também rejeitou a estratégia da União Europeia de oferecer ajuda militar e financeira de longo prazo a Kiev, chamando-a de “ilusão” baseada em falsas expectativas sobre o colapso da economia russa.

A posição do premiê húngaro ocorre enquanto o Conselho Europeu tenta avançar nas negociações de adesão de Ucrânia e Moldávia, iniciadas em 2024. Atualmente, Kiev ainda não conseguiu abrir nenhum dos seis grupos de negociação necessários para alinhar sua legislação à do bloco.

Leia também
  • Mundo

    Hungria resiste a Trump e mantém petróleo russo: “Ficaria de joelhos”
  • Mundo

    Orbán diz que Ucrânia não é soberana e reconhece incursão de drones
  • Mundo

    Putin provoca países membros da Otan: “Acalmem-se, durmam tranquilos”

Clima hostil entre Hungria e Ucrânia

As declarações de Orbán se somam a uma série de atritos recentes entre Budapeste e Kiev. No início desta semana, o premiê afirmou que a Ucrânia “não é um Estado soberano”, em resposta a acusações de que drones húngaros teriam violado o espaço aéreo ucraniano.

O ministro das Relações Exteriores de Kiev, Andrii Sybiha, rebateu, dizendo que Orbán está “intoxicado pela propaganda russa”.

Na última sexta-feira (26/9), o líder húngaro também confirmou que continuará comprando petróleo e gás natural da Rússia, mesmo após apelos do presidente norte-americano Donald Trump para interromper as importações.

Segundo Orbán, uma ruptura imediata no fornecimento provocaria um “desastre econômico”, com queda de 4% no desempenho da economia em minutos, que deixaria a Hungria “de joelhos”.

Com esse posicionamento, a Hungria permanece como um dos poucos países da União Europeia a manter abertamente a dependência energética de Moscou, enquanto outros membros do bloco tentam reduzir a receita russa usada no financiamento da guerra contra a Ucrânia.

4 imagensViktor Orbán, primeiro ministro da HungriaZelensky diz ter drones com alcance de 3 mil km para reagir à Rússia"Não há cessar fogo porque a Rússia se recusa", diz Zelensky na ONU
Fechar modal.1 de 4

Beata Zawrzel/NurPhoto via Getty Images2 de 4

Viktor Orbán, primeiro ministro da Hungria

Alan Santos/Presidência da República3 de 4

Zelensky diz ter drones com alcance de 3 mil km para reagir à Rússia

Selcuk Acar /Anadolu via Getty Images4 de 4

“Não há cessar fogo porque a Rússia se recusa”, diz Zelensky na ONU

Reprodução/ONU

Artigos relacionados

Fagner volta a Brasília, lugar onde tudo começou, em 24 de outubro

Raimundo Fagner, dono de uma voz “rascante e inconfundível”, tem uma história...

Terremoto de magnitude 7,6 atinge Filipinas e gera alerta de tsunami

Um forte terremoto de magnitude 7,6 atingiu o sul das Filipinas na...

Procuradora que processou Trump é alvo de investigação federal nos EUA

A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, foi acusada de fraude bancária...

Vídeo: filho mantinha mãe idosa em condições insalubres há 15 anos

Agentes da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) resgataram, nesta quinta-feira (9/10),...