quarta-feira , 24 setembro 2025
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Relator do PL da 'Dosimetria' começa sequência de reuniões com partidos e mantém disposição de negar anistia


Paulinho da Força diz que não quer projeto que afronte o Supremo
O relator do projeto da “dosimetria”, deputado Paulinho da Força (SD-SP), começou nesta terça-feira (23) uma sequência de reuniões com as bancadas dos partidos para discutir um texto alternativo à anistia ampla e irrestrita, como quer a oposição.
O parlamentar manteve a disposição de construir uma proposta que reduza as penas dos crimes pelos quais os envolvidos na tentativa de golpe de 2022 foram condenados. Segundo Paulinho, o texto não vai prever o perdão completo das penas.
“No meu texto está redução de penas. Nesse caminho é que estamos trabalhando. Vou ouvir e vou sentir o meio-termo da Casa”, afirmou.
O deputado começou ouvindo a bancada do PL, que tem o maior número de deputados da Câmara dos Deputados. Os parlamentares do partido ficaram contrariados com a fala do relator e disseram que vão trabalhar por uma anistia ampla e irrestrita.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que não é competência do parlamento reduzir as penas e o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), afirmou que a iniciativa seria inconstitucional.
Deputado Paulinho da Força durante fala na Câmara dos Deputados
Billy Boss/Câmara dos Deputados
“O relator é livre para fazer o texto que ele quer. Nós não vamos abrir mão da anistia”, afirmou Sóstenes.
A reunião com o PL teve grande embate. O relator foi muito cobrado pelos deputados que insistiam que a redução de penas não contempla os apenados do 8 de janeiro. O líder do partido convidou Paulinho para conhecer a família de alguns deles.
Segundo os presentes, o relator concordou com a visita à família de dois presos do 8 de janeiro, em data ainda a ser combinada.
👉🏽 Na reunião, Paulinho ainda foi questionado sobre sua relação com o governo Lula, com integrantes citando sua carreira no meio sindical, campo tradicionalmente ligado à esquerda.
O deputado insistiu que sua escolha foi pautada pelo bom trânsito entre diferentes ideologias e, sobretudo, dentro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os deputados do PL saíram desanimados com a perspectiva de anistia, afirmaram que o relator foi enfático ao dizer que o perdão de penas não tem chance de prosperar e que seu posicionamento continuará sendo a favor da redução de penas.
Republicanos
Além do PL, o relator visitou também as bancadas do Republicanos e do MDB.
O líder do Republicanos, Gilberto Abramo (Republicanos-MG), afirmou que os deputados querem um parecer do relator e defendeu um projeto diferente ao da anistia ampla.
“Temos uma ampla maioria que quer pacificação, que quer pautas que sejam boas para o país. Esse texto alternativo unifica o partido. É o que defendemos desde o início”, disse.
Paulinho disse que a proposta está avançando.
“Foi muito importante ouvir o PL, que queria uma anistia ampla geral e irrestrita. Mas também ouvimos o Republicanos, com a opinião de salvar o Brasil dessa polêmica”, afirmou o relator.

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