Promessa do futebol brasileiro em 2008, Diogo surgiu como um dos laterais mais promissores do país. Aos 23 anos, ele conquistara a Copa do Brasil pelo Sport e despertara o interesse de gigantes como Santos, Cruzeiro e Fluminense. Em setembro daquele ano, assinou com o Corinthians, que disputava a Série B, e logo integrou o elenco campeão que garantiu o retorno à elite do futebol brasileiro.
O início parecia promissor. Em 2009, sob o comando de Mano Menezes, recebeu oportunidades, marcou gols e jogou ao lado de Ronaldo, ídolo que ele descreve como “um ser humano fora de série, de caráter invejável”. Mas, apesar da inspiração dentro de campo, Diogo admite que perdeu o rumo por escolhas pessoais.
“Você precisa ter família e pessoas que te orientem, porque no futebol tudo é fácil. Se não tiver cabeça, perde as oportunidades. Eu achava que já tinha chegado ao topo. Aí comecei a sair para festas, baladas… O foco deixou de ser o futebol”, relembra.
Enquanto surgiam propostas de Santos e Fluminense, o Corinthians vetou transferências. Acabou emprestado ao Bahia, mas, sem disciplina, perdeu espaço. No Ceará, uma lesão grave (ruptura do adutor da coxa), interrompeu a sequência.
“Quando começa a entrar dinheiro, você acha que não precisa mais se esforçar como antes. Foi o que aconteceu comigo”, reconhece. Após passagens por São Caetano, CRB e Santa Cruz — onde foi campeão pernambucano em 2012 —, rodou por clubes do Nordeste até encerrar a carreira em 2018, aos 33 anos, no Confiança.
A virada veio fora dos gramados. Casado desde 2010, Diogo decidiu apoiar a esposa, Tatiana, na distribuidora de gás que ela havia aberto. Com o crescimento do negócio, optou por parar de jogar para se dedicar à empresa. Hoje, a distribuidora tem sede maior, seis filiais na Região Metropolitana do Recife e vende entre 25 mil e 30 mil botijões por mês. Se cada botijão custa cerca de R$ 100, o faturamento chega a R$ 3 milhões mensais.
“O pessoal brinca: ‘Por isso você largou o futebol, né?’”, diverte-se o ex-lateral, que também lançou uma marca de roupas e acessórios.
Há dois anos, Diogo tornou-se evangélico e diz viver “nas graças do Senhor Jesus Cristo”. Pai de três filhos, aposta no talento do mais velho, Carlos Alberto, atacante canhoto que passou pelo sub-17 do Santos. “Os três gostam de futebol. Não é possível que não saia nada daí”, brinca.
Entre os momentos marcantes, Diogo guarda a final da Copa do Brasil de 2008. Horas antes da decisão, concentrado com Carlinhos Bala, foi surpreendido pelo técnico Nelsinho Batista, que o escalou como titular. “Deu aquele frio na barriga. A Ilha do Retiro estava lotada, um clima incrível”, recorda.
O Sport venceu o Corinthians e levantou a taça, maior título da história do clube e ponto alto da carreira de Diogo. Mesmo com o fim precoce nos gramados, ele encontrou outro caminho para a vitória — agora como empresário e homem de fé, deixando para trás os erros que marcaram sua trajetória esportiva.
Leia Também: Verstappen faz a pole e Piastri bate em classificação dramática em Baku