Relator traça plano de anistia em reunião com Temer e Aécio
Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro se dizem traídos com a articulação entre centrão e PL, revelada pelo blog, e defendem que Bolsonaro publique carta aberta determinando retirada de apoio a qualquer redução na dosimetria de pena que não inclua todos os condenados, ou a reinclusão da anistia ampla geral e irrestrita como tema principal.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, tem repetido como mantra que só aceita a anistia ampla, geral e irrestrita.
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Paulo Figueiredo, empresário aliado de Bolsonaro e que está nos EUA com Eduardo, disse ao blog recentemente que anistia seria ampla geral e irrestrita por bem ou por mal.
FOTO DE ARQUIVO: O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro observa durante evento na Flórida, nos EUA, em 3 de fevereiro de 2023.
Reuters/Marco Bello/Foto de arquivo
Como o blog revelou, tudo estava acertado, até com aval de setores do PL, para que o texto da anistia fosse substituído por redução de penas, pois é o que tem apoio no Senado e enfrenta oposição do STF.
Na última quinta-feira (18), após a fala de Paulinho da Força – ‘a ideia é pacificar o país, um projeto meio-termo – e o encontro com Temer e participação até de ministros da Corte, o bolsonarismo está em polvorosa.
Nesta sexta-feira (19), o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que não aceita substituir a anistia por uma redução de pena, como defende o relator do projeto sobre o assunto, Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
“Onde já se viu alguém da direita votar para reduzir pena? Quem reduz pena é a esquerda. Não aceitamos. Ele vai sentar conosco semana que vem bancada do PL para falarmos disso. Não entrei em mérito com ele ainda”, afirmou ao blog. “Ou aprova a anistia ou Paulinho pede para sair.”
Ouvido pelo blog, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, diz que o relator da agora chamada PL da dosimetria, está falando em redução das penas ao invés da anistia “sem saber se tem voto e que o PL não apoia [a dosimetria] e que Bolsonaro sempre falou em anistia para o 8 de janeiro e que é preciso negociar”.