Emmanoel Schmidt Rondon, indicado para a presidência dos Correios, durante audiência no Senado como gerente-executivo da Diretoria de Governo do Banco do Brasil
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O Conselho de Administração dos Correios aprovou no fim da manhã desta sexta-feira (19) o nome do economista Emmanoel Schmidt Rondon para a presidência da empresa. A posse deve ocorrer no início da semana que vem.
Atual gerente-executivo na Diretoria de Infraestrutura, Suprimento e Patrimônio do Banco do Brasil, onde é funcionário de carreira, o nome de Emmanoel foi apresentado pela Casa Civil e referendado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele sucederá o antigo chefe da estatal, Fabiano Silva, que entregou uma carta de demissão do cargo em 4 de julho e aguardava a nomeação de um sucessor para fazer a transição.
Os Correios tiveram o pior déficit entre as estatais em 2024, e registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre deste ano.
Correios lideram déficit de estatais em 2024
Prejuízo bilionário
O rombo financeiro registrado no primeiro semestre deste ano — três vezes maior do que o registrado em 2024 — foi ampliado pelos resultados negativos das contas da estatal no segundo trimestre.
Entre abril e junho, de acordo com dados da empresa, o prejuízo foi de R$ 2,6 bilhões. O montante é quase cinco vezes maior do que o rombo informado no mesmo período de 2024 (R$ 553,1 milhões).
Os Correios já haviam registrado resultado negativo nas contas do primeiro trimestre deste ano, com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão — o pior começo de ano para a estatal desde 2017
A situação financeira da empresa tem sido agravada por um aumento nas despesas e uma piora nas receitas.
Até junho de 2025, a estatal anotou R$ 3,4 bilhões em despesas administrativas, que reúnem gastos com pessoal e precatórios. O valor representa um aumento de 74% dos gastos com a categoria no mesmo período do ano passado.
Segundo a estatal, parte do resultado está ligado ao reajuste salarial concedido a mais de 55 mil funcionários e ao aumento de dívidas judiciais — os chamados precatórios.
Quem é o novo presidente
Emmanoel Schmidt Rondon é economista, com MBA em Administração de Empresas, e possui mais de 25 anos de experiência no setor financeiro, com trajetória consolidada em gestão estratégica, governança, produtos financeiros e inovação em serviços.
No currículo, consta que, desde 2017, atua em posições executivas no Banco do Brasil, onde liderou equipes e projetos em diferentes áreas, com destaque para iniciativas voltadas à eficiência operacional, à transformação digital e ao fortalecimento de relações com clientes e parceiros institucionais.
Em sua carreira, acumula experiências em conselhos e comitês de empresas do ecossistema BB, incluindo áreas de tecnologia, saúde e previdência, sempre com foco na sustentabilidade econômico-financeira e na criação de valor de longo prazo.