(UOL/FOLHAPRESS) – Os representantes de David Luiz, do escritório Sidi & Andrade Advogados, renunciaram à defesa do jogador no processo em que ele é acusado de ameaça e perseguição contra a assistente social Karol Cavalcante.
A reportagem apurou que a renúncia dos sete advogados foi confirmada em documento anexado aos autos do processo, na semana passada, deixando o zagueiro sem representação legal no caso. O caso tramita em segredo de Justiça.
A decisão acontece em meio ao desdobramento do processo, no qual a Justiça do Ceará concedeu uma medida protetiva a Karol, que alegou ter sido ameaçada de morte e sofrido violência psicológica por David Luiz após o término de um relacionamento.
O motivo da renúncia dos advogados ainda é desconhecido. O atleta se diz inocente de todas as acusações, mas contou diferentes versões sobre os fatos envolvendo Karollainy.
Procurados, o escritório de advocacia e a assessoria do jogador não retornaram. Caso haja resposta, esse texto será atualizado. A defesa de Karol afirmou que não comenta o caso.
RELEMBRE O CASO
Segundo o boletim de ocorrência feito por Karol, o zagueiro a teria ameaçado através de mensagens no Instagram, que foram periciadas pelas autoridades e anexadas ao processo. Nas mensagens, David Luiz teria dito: “Você sabe que tenho dinheiro e poder, então, não banque a esperta. Seria triste seu filho ter que pagar as consequências dos seus atos. Eu posso simplesmente fazer você sumir”.
A assistente social relatou ter sentido um “risco real de morte” ao ler a ameaça, comparando a situação ao caso de Eliza Samudio, que foi assassinada em 2010 a mando do ex-goleiro Bruno. O advogado de Karol, Fabiano Távora, afirmou que o jogador teria iniciado as ameaças após a recusa dela a uma proposta para um “trisal”.
David Luiz, que atualmente joga no clube Pafos, do Chipre, negou as acusações e, por meio de sua assessoria, informou que “todas as medidas legais cabíveis estão sendo tomadas”. O comunicado foi divulgado antes da renúncia dos seus advogados.
Karol entregou seu celular para a perícia.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 – Central de Atendimento à Mulher – e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.