Goiânia – A Prefeitura da capital goiana tem instalado gramas sintéticas em espaços públicos da cidade. Mas a iniciativa tem dividido a opinião dos moradores, que têm criticado a medida pela falta de benefícios ambientais, bem como pelo custo.
O material começou a ser colocado na segunda-feira (18/8) e já foi instalado no canteiro central da Avenida Castelo Branco, entre as praças Ciro Lisita e Walter Santos, no Setor Coimbra, e no canteiro central da Rua 44.
Em nota, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) afirmou que a grama sintética foi adquirida em gestões anteriores e encontrada estocada no início da atual administração. Segundo a Comurg, a instalação é “um projeto-piloto para melhorar o visual das vias e avaliar alternativas onde a grama natural não se mantém, especialmente no período de seca, quando a vegetação morre rapidamente”.
Ainda segundo a companhia, o objetivo da iniciativa é evitar o desperdício e que a grama sintética é resistente ao sol e ao pisoteio e exige baixa manutenção.
Medida divide opiniões
Nas redes sociais, um morador reprovou a medida, que, na sua avaliação, não traz os benefícios ambientais da grama natural.
“A grama natural ajuda a regular a temperatura, melhora a permeabilidade do solo, reduz a poeira e contribui para a saúde urbana de forma sustentável. A estética não pode se sobrepor ao equilíbrio ecológico”, avaliou.
Já uma internauta avalia que a grama natural também tem pontos negativos, como a necessidade de poda e irrigação.
“Para quem está dizendo que acaba rápido: tem campos de futebol em que a grama é sintética e a durabilidade é longa. Depende de onde compra”, defende moradora.
Grama sintética
De acordo com a administração municipal, a instalação do material sintético trata-se de uma solução pontual, utilizada durante o período de estiagem, quando o plantio de grama natural é mais difícil e apresenta baixa taxa de sobrevivência. A intervenção ocorreu após as obras de ampliação da avenida Castelo Branco, que incluíram a redução do canteiro central para implantação da terceira faixa, exigindo uma resposta rápida de revitalização da área.
O objetivo principal é testar a viabilidade do uso da grama sintética em outras aplicações urbanas, como campos de futebol de terra e parques infantis em praças e áreas públicas da capital.
As gramas sintéticas foram compradas por meio de um edital de licitação de abril de 2023, na gestão do ex-prefeito Rogério Cruz. O contrato tinha o objetivo de adquirir mais de 900 m² do material, além de acessórios para a instalação. No pregão, dez empresas apresentaram propostas que variaram de R$ 7, 7 milhões a R$ 59,5 milhões.
Segundo a Comurg, o material utilizado possui características técnicas relevantes: é antibactericida, antifúngico e contribui para amenizar a sensação térmica nas áreas de instalação.
A Prefeitura informou ainda que estão em andamento estudos e projetos voltados ao melhor aproveitamento desse material, com foco em funcionalidade, segurança e eficiência na gestão dos espaços públicos.