quarta-feira , 5 novembro 2025
Lar Política Bolsonaro diz ao STF que não agiu para impedir posse de Lula e que sempre defendeu a democracia
Política

Bolsonaro diz ao STF que não agiu para impedir posse de Lula e que sempre defendeu a democracia

Bolsonaro diz ao STF que não agiu para impedir posse de Lula e que sempre defendeu a democracia
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em alegações finais apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que nunca agiu para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que sempre defendeu a democracia.
“Em momento algum Jair Bolsonaro praticou qualquer conduta que tivesse por finalidade impedir ou dificultar a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo contrário, sempre defendeu e reafirmou a democracia e o Estado de Direito”, diz a defesa.
A manifestação foi feita no processo em que Bolsonaro é réu sob acusação de participar de uma trama para promover um golpe de Estado e impedir a posse de Lula. O documento tem quase 200 páginas.
Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro exerceu papel de líder da organização criminosa que articulou a tentativa de golpe e também o principal beneficiário do plano criminoso, caso tivesse sido bem-sucedido.
A defesa afirma ainda que “o réu jamais aderiu a qualquer suposta conspiração” e que “as acusações são fruto de ilações e interpretações distorcidas de atos e falas descontextualizados”.
Segundo os advogados, “não há nos autos prova idônea que demonstre que Jair Bolsonaro tenha, de qualquer forma, atentado contra o livre exercício dos Poderes constitucionais, tampouco instigado terceiros a fazê-lo”.
O STF deve julgar o caso nas próximas semanas.
Atualmente, Bolsonaro está em prisão domiciliar, por tentar atrapalhar o processo sobre golpe de Estado, de acordo com o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Veja abaixo o que mais a defesa disse para refutar as acusações:
Organização criminosa
Bolsonaro negou que tenha sido o líder da organização criminosa, conforme apontado pela PGR. “Ou seja, no contexto da organização criminosa, a liderança
“As constatações da PGR somam-se à ausência de provas de participação ou mesmo ciência do Peticionário a respeito dos planos que se desenvolviam enquanto mantinha suas atividades funcionais relacionadas à transição do governo”, afirma a defesa na alegação final.
Pedido de absolvição e críticas à acusação
Bolsonaro pede ao STF que seja absolvido por “ausência de provas” e porque, segundo ele, “não há crime” nos fatos descritos pela PGR. A defesa afirma que a denúncia é baseada em “ilações e interpretações distorcidas” e que “o réu jamais aderiu a qualquer suposta conspiração”.
“Na linha do que já foi exaustivamente comprovado, o Peticionário não teve qualquer participação ou mesmo ciência das ações referidas nos diversos ‘planos’ narrados na denúncia. A análise detida dos autos revela um vazio probatório e narrativo.”
Contestação à posição de liderança nos atos de 8/1
A defesa rebate a acusação de que Bolsonaro seria o líder do grupo que articulou o golpe de Estado e o principal beneficiário do plano.
“Os invasores de 8 de janeiro, por essa narrativa, precisam de um chefe. De um líder. Nem a parcial Polícia Federal enxergou essa liderança. Nenhum dos réus afirmou a existência da liderança do ora Peticionário.”
O texto acrescenta que “não há uma única prova” que o vincule ao plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, aos “Kids Pretos” ou aos atos de 8 de janeiro.
Críticas à ‘era das narrativas’ e ao papel da imprensa
Bolsonaro argumenta que o processo está inserido em um ambiente de “massacre midiático” e que parte expressiva da imprensa já o trata como culpado.
“Uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa, não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta.”
Segundo a defesa, reportagens com “fontes não identificadas” especularam datas e até locais de prisão do ex-presidente, reforçando um “julgamento antecipado”.
Contestação às provas sobre a ‘minuta golpista’
A PGR sustenta que Bolsonaro teria aprovado um decreto para prender autoridades e intervir no TSE, mas a defesa afirma que esses textos “não existem nos autos” e que o golpe não foi executado.
“De todo modo, é certo que não houve assinatura de decreto algum, não resultando, dali, qualquer ação, quanto mais efetivamente armada.”
Alegação de nulidade e cerceamento de defesa
A defesa também questiona a validade de provas obtidas por meio da delação de Mauro Cid e afirma que houve cerceamento de defesa. Segundo os advogados, a acusação selecionou apenas as provas que interessavam, ignorando elementos que poderiam beneficiar Bolsonaro.

Artigos relacionados

Sabatina de Gonet para recondução à PGR será em 12 de novembro

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado marcou para o...

Comissão do Senado aprova isenção do IR para quem ganha até RS 5 mil

Por unanimidade, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE)  aprovou, nesta...

Lula vai à Colômbia para participar da reunião de Cúpula da Celac-UE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da cúpula da Comunidade...

Pesquisa indica mulheres jovens mais progressistas que homens

As mulheres jovens brasileiras são mais progressistas que os homens, que declararam...