quarta-feira , 10 setembro 2025
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Motta ignora oposição e vota projeto simbólico para reafirmar autoridade sobre pauta da Câmara


Hugo Motta tem semana decisiva à frente da câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), não cedeu às pressões da oposição para pautar a PEC que acaba com o foro privilegiado.
Em uma decisão interpretada como um recado político, Motta decidiu colocar em discussão nesta terça-feira (12) um projeto de lei que dá o nome de “Papa Francisco” a um viaduto localizado em Aparecida, no interior de São Paulo.
A proposta, considerada de baixa urgência, foi vista por interlocutores como uma forma de Motta reafirmar sua autoridade sobre a pauta da Casa. O viaduto fica na BR-488, estrada que liga a Rodovia Presidente Dutra ao Santuário Nacional de Aparecida.
Católico praticante, o presidente teria sinalizado que pautará o que quiser, quando quiser — sem se deixar influenciar por pressões externas.
Conhecido por seu perfil discreto e avesso a confrontos, Motta é descrito por colegas como alguém que sabe impor sua vontade com firmeza.
Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, em Brasília, em 02/04/2025
Ueslei Marcelino/Reuters
Na reunião de líderes desta terça, a posição do PT — apoiada por MDB, PSD e Solidariedade — reforçou a decisão do presidente. O partido argumentou que votar a PEC nesta semana seria premiar os parlamentares que participaram de um motim no plenário.
Embora MDB e PSD não descartem discutir a proposta, defendem que o debate não seja feito de forma precipitada.
A oposição, por sua vez, tenta pautar uma PEC de autoria do ex-senador Álvaro Dias, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e por uma comissão especial, estando pronta para ir ao plenário da Câmara.
No entanto, o texto precisará ser ajustado para incluir prerrogativas parlamentares e restaurar o trecho original da Constituição, que exigia autorização do Legislativo para abertura de investigações contra parlamentares.
Além disso, será necessário nomear um novo relator — o último foi Efraim Filho (União-PB), hoje senador. A escolha do relator e o momento de retomada da discussão cabem exclusivamente a Hugo Motta.

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