sexta-feira , 8 agosto 2025
Lar Esportes Preparador do Brasil na Davis elogia Fonseca
Esportes

Preparador do Brasil na Davis elogia Fonseca

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Para Eduardo Faria, preparador físico do Brasil na Copa Davis há mais de 15 anos, João Fonseca já “passou na prova” dentro do circuito profissional de tênis, mas ainda vai oscilar até completar seu desenvolvimento. Por isso, precisa de tempo. “É deixar o garoto trabalhar”, clamou.

“É não criar tanta expectativa, deixar o garoto trabalhar, competir. Quando ele ganha, é um gênio que vai ser igual ao Sinner. Quando perde, será que tem talento? Ele vai perder muito para aprender a ganhar. É normal de um grande jogador, só que ele conseguiu um feito precoce pelo talento. Normalmente, chegam à fase em que ele está aos 24, 25 anos”, disse Eduardo à reportagem.

IMPRESSÃO IMEDIATA E EVOLUÇÃO COM O TEMPO

O preparador percebeu o potencial de Fonseca logo no primeiro contato que tiveram, em 2022, quando o adolescente foi sparring em Portugal. Aos 16 anos, o carioca impressionou ao ajudar na preparação da equipe brasileira. Eduardo lembrou que, de lá para cá, João passou por um estirão, ficando mais alto e mais forte.

Ele avaliou que João, prestes a completar 19 anos, seguirá evoluindo fisicamente, mas frisou que o tempo de cada etapa precisa ser respeitado.

“O físico dele está em desenvolvimento, só que leva tempo porque tem que respeitar as etapas de crescimento. Apesar de ele ter um potencial muito grande, o físico ainda precisa e vai se desenvolver”, afirma.

“Todo juvenil se depara com uma nova realidade no profissional: partidas mais longas, intensas e exigentes. Essa mudança demanda uma inevitável adaptação física, técnica, tática e mental. Acredito que João se adaptou rapidamente e os resultados mostraram isso.”

Os dois passaram a trabalhar juntos mais vezes com a estreia do atleta pelo Brasil na Davis. Em setembro de 2024, a então promessa conquistou a sua primeira vitória na competição quando ainda era o número 158º do mundo. Agora, cerca de um ano depois, eles se preparam para a próxima disputa do torneio, que será na Grécia, mas com Fonseca já ocupando o posto de principal tenista do país entre os homens.

DERROTAS PELO CAMINHO E GESTÃO DE CALENDÁRIO

Não há uma fórmula para acelerar o processo, e os resultados virão na esteira dos jogos, acompanhados de derrotas, de acordo com o preparador. Eduardo até projetou um prazo de dois anos para Fonseca estar mais adaptado da transição ao profissional, mas não arriscou cravar em quanto tempo o prodígio, que já estreou no top 50 do mundo, completará a formação: “Não dá para saber.”

“Tem que dar tempo ao tempo para ele competir mais e aprender a competir melhor. Tudo agora é um aprendizado. Ele já subiu de prateleira, esse ano está sendo um grande teste para ele, mas dá mais dois anos para ele se adaptar, conhecer todos os adversários, como joga cada um, e para impor o padrão de jogo que ele está se formando. Essa formatação leva tempo e muito trabalho”, explicou.

Eduardo Faria também rebateu as críticas ao calendário de Fonseca, chamando atenção para o risco de lesões. O tenista não disputa muitos torneios em sequência. Segundo o preparador, o estafe do garoto não pode esticar a corda e a ponto de ameaçar a sequência da temporada.

“Tem que achar um meio-termo. Agora todo mundo entende de tênis e dá palpite, mas tem que ver como o corpo dele está respondendo. Ele precisa ter uma intensidade grande, mas isso tem que ser fracionado porque o maior vilão que pode acontecer são as lesões. Então, ele tem que escolher bem os torneios, treinar e se recuperar bem”, diz Eduardo.

A agenda de João voltou a ser questionada com a eliminação logo na 1ª rodada em Toronto, vindo de um mês de pausa após Wimbledon. O tenista estreia nesta quinta-feira (07) no Masters 1000 de Cincinnati.

“Treinadores, fisiologistas e pesquisadores da área do tênis têm voltado sua atenção especialmente para as lesões tendíneas, sobretudo as tendinopatias, que estão diretamente ligadas à sobrecarga e à alta repetição de gestos técnicos. Esse tipo de lesão pode demandar de 4 a 6 semanas para regeneração tecidual, impactando significativamente o planejamento e a performance”, ressaltou o preparador.

E AS EXPECTATIVAS SOBRE FONSECA?

Eduardo defende que tem que deixar o garoto trabalhar: “Ele deve ter um crescimento até uns 21, 22 anos, e aí depois é um trabalho árduo e contínuo, mas tem que pegar mais leve porque ele está em um caminho muito bom”.

Artigos relacionados

Raniele cresce com Dorival, provoca rival e cita virada no Corinthians

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Raniele foi um dos nome do jogo...

Raphinha, Vinicius Junior e Marta concorrem ao prêmio Bola de Ouro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A revista France Football divulgou nesta quinta-feira...

‘Não é hora de bancar o herói’, diz brasileiro líder do Mundial de Surfe

(UOL/FOLHAPRESS) – A última etapa da temporada regular do Mundial de Surfe...

Sorteio das quartas da Copa do Brasil tem data definida

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os confrontos das quartas de final da...