Vetado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, no início de julho, e agora vetado pela Câmara de Vereadores, o projeto de lei que cria o Dia da Cegonha Reborn no calendário oficial da cidade não vai sair do papel.
O projeto havia sido aprovado no plenário no último semestre, mas após o veto do prefeito no dia 4 de junho, a sessão dessa terça-feira (5/8) teve um resultado diferente: foram 14 votos para manter o veto e 21 para derrubá-lo. Era necessário obter 26 para que o texto passasse.
O autor da proposta é o vereador Vitor Hugo (MDB), que afirma que a intenção da data é homenagear as artesãs que produzem as bebês reborn. Elas são bonecas hiper-realistas que, segundo o vereador, têm impacto positivo na saúde mental de pessoas que enfrentam alguns tipos de traumas.
“Os reborns são bebês extremamente realistas, fabricados artesanalmente por ‘cegonhas’, ou seja, artesãs que se utilizam de técnicas para simular traços reais de vida nos reborns, geralmente tendo por base a descrição da idealização de um bebê recém-nascido ou a fotografia de um filho”, dizia o texto do projeto.
Ao vetar o projeto, Paes chegou a postar uma foto do trâmite e escrever na publicação: “Com todo respeito aos interessados mas não dá.”
Bebês reborn
No primeiro semestre de 2025, os bebês reborn ganharam muita fama e chegaram a dividir a opinião do público.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Toronto revelou que a brincadeira de adultos com bonecas hiper-realistas, os bebês reborn, vai muito além de um simples resquício da infância.
A pesquisa, desenvolvida no campo da psicologia, destaca que essa prática está profundamente ligada a necessidades emocionais, criativas e terapêuticas.
De acordo com os cientistas envolvidos no estudo, adultos interagem com bonecas para estabelecer vínculos emocionais, dar vazão à expressão criativa e vivenciar benefícios terapêuticos significativos.
As descobertas sugerem que brincar com bonecas na vida adulta representa um caminho complexo para satisfazer necessidades psicológicas profundas.