Após Moraes e STF, família Bolsonaro mira ameaças e pressão ao Congresso por anistia a ex-presidente

No STF, expectativa é por ação da Câmara ou PGR sobre mandato de Eduardo Bolsonaro
Sem escapatória na Justiça para o pai, Eduardo Bolsonaro e familiares centram esforços para que Senado e a Câmara articulem anistia para Jair Bolsonaro. Eles também querem negociação com Supremo Tribunal federal (STF) para que corte não declare a medida inconstitucional.
A linha de estratégia da família é dizer que o presidente da Câmara Hugo Motta teme embate com o ministro Alexandre de Moraes ao apoiar a anistia de Bolsonaro.
Eduardo e Jair Bolsonaro em cerimônia de aniversário da Rota, em SP
TOMZÉ FONSECA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Na semana passada, Eduardo já ameaçou Motta e presidente do Senado, David Alcolumbre com sanções. O deputado afirmou que eles podem ser alvos de medidas por parte do governo dos Estados Unidos, caso não incluam na pauta de votações os projetos de anistia e os pedidos de impeachment de Moraes.
Segundo investigadores e autoridades ouvidos pelo blog, a escalada dos ataques e pressão contra autoridades brasileiras, agrava a situação jurídica de Jair Bolsonaro e do próprio Eduardo. Eles garantem que já têm amplo material para indiciá-lo. Isso também agrava a situação de Bolsonaro, que passaria a responder não só pela trama golpista, mas também por tentativa de obstrução.
Interlocutores de Motta não só avaliam que o presidente da Casa está ciente das ameaças, como apontam uma desconexão da realidade da família Bolsonaro sobre a temperatura no Congresso.
Eles admitem que, no auge da crise com Motta e o governo, no fim de junho, havia um clima para aprovar um projeto intermediário sobre anistia no começo de agosto. Agora, após o julho de sanções e ataques à soberania brasileira pelos EUA, articulado pela família Bolsonaro, chance é mínima.