Segundo uma equipe de físicos internacionais, o Universo tem uma nova data para acabar. A previsão sugere que a expansão do cosmos pode parar e, em seguida, se reverter, gerando o fenômeno conhecido como Big Crunch – teoria cosmológica que propõe um cenário hipotético para o fim do Universo – e levando 33 bilhões de anos para acabar.
“As medições do Dark Energy Survey (DES) e do Dark Energy Spectroscopic Instrument afirmam que a equação de estado da energia escura é negativa. Assim, descobrimos que a vida útil do nosso universo é de 33 bilhões de anos”, escrevem os pesquisadores no artigo.
A ideia contraria a visão predominante nas últimas décadas, que defendia que o cosmos se expandiria eternamente devido à influência constante da energia escura. O estudo realizado por pesquisadores da China, Estados Unidos e Espanha ainda não foi revisado por pares e está disponível em versão pré-print no arXiv.
A previsão dos físicos se baseia em dados coletados pelo Dark Energy Survey (DES) – levantamento de imagem que mapeia o céu para estudar a distribuição de galáxias e a história de expansão do Universo – e o Dark Energy Spectroscopic Instrument (DESI) – um instrumento espectroscópico que mede a distância e a velocidade de milhões de galáxias e quasares. Os projetos são dois dos maiores levantamentos astronômicos em andamento.
Estimativa do fim do Universo
Através da análise dos dados, os físicos afirmam que a energia escura pode ter uma força dinâmica, que varia com o tempo. Se a teoria estiver correta, a expansão acelerada do universo pode diminuir, parar completamente e, eventualmente, inverter-se em uma fase de contração.
A estimativa dos cientistas é que o universo terá o início de seu fim daqui a cerca de 10 bilhões de anos. Em seguida, ele passaria mais 10 bilhões de anos em colapso e atingiria seu estado final após um tempo total de de 33 bilhões de anos – número correspondente ao ciclo completo de expansão e contração do cosmos. Considerando que o universo tem 13,8 bilhões de anos, a fase de contração começaria dentro de 19,2 bilhões de anos.
Caso fosse provado que a energia escura mudasse ao longo do tempo, os cientistas desafiariam o modelo tradicional da constante cosmológica do físico teórico alemão Albert Einstein, que determina que a energia escura é fixa e imutável.
Big Crunch
O Big Crunch funcionaria como uma versão invertida do Big Bang – teoria científica mais aceita para a origem do universo. Ao invés da expansão a partir de um ponto quente e denso, o cosmos implodiria nesse mesmo estado. As galáxias se aproximariam, a temperatura subiria e tudo presente no universo se fundiria.
Agora, os cientistas esperam confirmar a teoria. Por outro lado, novos estudos e medições astronômicas também serão essenciais para refinar ou até refutar a hipótese.
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