segunda-feira , 3 novembro 2025
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Aumenta pessimismo com a economia nos próximos meses, diz Quaest

A nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (16) mostra um aumento do pessimismo com a economia brasileira nos próximos meses. Com isso, a perspectiva de piora nas contas superou a melhora pela primeira vez desde 2023 e ocorre na esteira da taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros.

Embora a imagem do governo tenha melhorado com o tarifaço, por conta da intensa campanha pela soberania e os impactos financeiros ao setor produtivo brasileiro, para o cidadão comum as perspectivas não são boas. Para os próximos 12 meses, a expectativa é de piora em relação à economia do país:

  • Piorar: 43%, ante 30% em maio (última pesquisa);
  • Melhorar: 35%, ante 45%;
  • Não sabe/não respondeu: 3%, ante 4%.

A Quaest ouviu 2.004 pessoas entre os dias 10 e 14 de julho em 120 municípios brasileiros. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com grau de confiança de 95%.

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  • Desaprovação a Lula recua, mas ainda supera aprovação após taxação de Trump, aponta Quaest

Esse pessimismo se reflete em questões como poder de compra, emprego, supermercados, gasolina e contas de luz e água na comparação com um ano atrás:

  • Poder de compra: 80% menor hoje em dia, 11% maior e 3% igual;
  • Contas de luz e água: 62% dizem que subiram, 24% ficaram iguais e 11% diminuíram;
  • Alimentos nos supermercados: 76% dizem que os preços subiram, 14% ficaram iguais e 8% caíram;
  • Emprego: 56% mais difícil conseguir hoje em dia, 34% mais fácil e 5% igual;
  • Gasolina: 56% dizem que subiu, 23% ficou igual e 6% caiu.

No âmbito geral, 46% dos entrevistados dizem que a economia brasileira piorou nos últimos 12 meses – uma variação dentro da margem de erro na comparação com a pesquisa anterior de maio, quando essa percepção era de 48%. Para 30%, não houve mudança e 21% dizem que melhorou.

Para 79% dos entrevistados pela Quaest, o tarifaço imposto por Trump irá prejudicar a vida dos brasileiros, enquanto que apenas 17% são mais otimistas e não acreditam em um impacto da medida.

Essa percepção de que a taxação de Trump afetará a vida dos brasileiros é unânime em todos os posicionamentos políticos dos entrevistados, tanto de eleitores de Lula (77%) como de Bolsonaro (82%) e os mais ao centro (82%).

Apesar disso, 43% dos entrevistados acreditam que Lula trabalha mais para atender às necessidades dos que votaram nele do que a todos os brasileiros (40%). Embora a variação tenha ocorrido dentro da margem de erro, a pesquisa mostra uma inversão de cenários, em que a percepção de um governo para todos era maior até dezembro de 2024.

Na pesquisa anterior, de maio, a percepção de que Lula trabalha mais para seus eleitores superou a de todos (42% a 41%) e tem aumentado gradativamente:

Em um cenário geral, 40% dos entrevistados consideram o governo Lula como negativo, 28% como positivo e 28% como regular. Outros 4% não souberam ou preferiram não responder.

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